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Deputado aciona Comissão de Direitos Humanos da Câmara para apurar morte de jovem em Santos

Denúncia recebida pela Fórum dá conta de que 4 rapazes foram assassinados por PMs com tiros de fuzil; ação teria sido retaliação a morte de policial

Policiais em cima de casas em Santos na ação que resultou na morte de jovem (Foto Reprodução)

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) anunciou neste sábado (16), através das redes sociais, que acionou a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara para apurar a morte de um rapaz em Santos por policiais militares.

Denúncia recebida pela Folha Santista dava conta de que quatro jovens teriam sido executados com tiros de fuzil por policiais militares. A reportagem foi feita com base nas informações iniciais nos vídeos recebidos  [confira aqui]. Novas apurações feitas pelo repórter Lucas Vasques demonstram que eram, na verdade, dois homens os alvos da operação. Um foi deles foi executado, como confirmam as imagens, e o outro foi preso.

“Acionei a CDHM da Câmara Federal para acompanhar e exigir apuração e punição à essa barbárie”, anunciou Tatto pelo Twitter.

A Polícia Militar informa que um homem foi preso na operação e alguns itens apreendidos, como entorpecentes, rádio comunicador, uma pistola e os dois barcos.

Retaliação

Os assassinatos teriam ocorrido como retaliação após a morte de um soldado da Polícia Militar, cujo corpo foi encontrado neste sábado (16). Bruno de Oliveira Gibertoni, 30 anos, saiu de casa na noite de terça-feira (12) para ver um jogo de futebol e, desde a 1h de quarta-feira (13), estava desaparecido. Morador de Praia Grande, no litoral paulista, ele tinha ido assistir a partida em São Vicente com amigos e primos. Foi visto pela última vez com vida entrando em seu carro para ir embora, à 1h de quarta-feira.

O corpo de Gibertoni foi encontrado em uma área de mangue em Cubatão, na Baixada Santista, num local que, segundo o portal G1, é usado como cemitério clandestino de uma facção criminosa. Ele estaria enterrado em uma cova rasa, com as mãos amarradas e marcas de tiros.

O que diz a SSP

Em nota enviada neste domingo (17), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) escreveu que, na sexta-feira (15) policiais faziam diligências na região do Rádio Clube em busca do policial militar que estava desaparecido, quando do outro lado do canal que faz divisa com a última ponte foram recebidos a tiros por indivíduos que fugiram em duas embarcações. Os policiais revidaram.


Um dos barcos, de acordo com as informações que constam do boletim de ocorrência, retornou de onde havia saído com diversos indivíduos e o outro seguiu sentido Cubatão. Foi solicitado apoio para equipe de bote do Baep que se encontrava no canal para que se interceptasse um dos barcos que fugiu.

A nota da SSP diz que a equipe foi alvejada por disparos e revidou. “Em seguida, dois indivíduos pularam do barco, sendo que um deles continuou dentro d’água efetuando disparos em direção aos policiais e outro se entregou”, diz o documento. A SSP afirma que foi solicitado apoio do Corpo de Bombeiros para realizarem buscas pelo canal, “mas o comparsa não foi localizado até o término da operação”.

No barco em que estava o preso foi apreendido drogas, caderno com a contabilidade referente ao tráfico de drogas e uma pistola calibre 380. Na outra embarcação que estava abandonada, havia dois aparelhos celulares, cápsulas deflagradas, um rádio HT, mais cadernos e entorpecentes.

Ao todo, foram encaminhadas para perícia 2.277 porções de drogas, junto com as armas dos PMs e dos envolvidos e os outros itens. A SSP diz que o jovem preso tem 20 anos.

O caso foi registrado como drogas sem autorização ou em desacordo, tentativa de homicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Texto atualizado às 22h15 de 18 de janeiro de 2021

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