Divulgação/Twitter

Cinco anos após ser erroneamente acusado de roubo qualificado, Lucas Felipe Martins Sales, de 25 anos, finalmente foi absolvido pela Justiça de Santos. Mesmo não tendo sido preso, a decisão da juíza Elizabeth Lopes de Freitas destacou a condução ilegal realizada pela Polícia Militar e a falta de provas concretas que sustentassem a acusação que prejudicou a vida do jovem.

O caso remonta a uma madrugada de 21 de fevereiro de 2018, quando Lucas foi acusado, junto com duas pessoas não identificadas, de abordar e roubar um condutor de guincho na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Santos. A vítima alegou ameaças graves com armas brancas e de fogo, resultando no roubo de itens avaliados em R$ 1.129.

No entanto, a condução ilegal de Lucas à delegacia, dois meses após o crime, tornou-se o ponto central da reviravolta no caso. A juíza Elizabeth Lopes de Freitas considerou toda a prova colhida a partir desse momento como nula, incluindo o reconhecimento feito pela vítima durante a audiência.

Durante o processo, a vítima relatou que homens armados o abordaram na rodovia, estilhaçaram o vidro do guincho e o ameaçaram gravemente. O reconhecimento de Lucas como um dos autores do crime foi feito após a condução ilegal e gerou questionamentos sobre a legalidade das ações policiais.

Em entrevista ao g1, Lucas Sales relembrou o dia do crime, quando foi abordado pela Polícia Militar Rodoviária, mas liberado após revista. Dois meses depois, enquanto fazia um bico, foi surpreendido pela PM, que o conduziu à delegacia sem esclarecimentos sobre o ocorrido.

A audiência em 30 de outubro deste ano foi crucial para a decisão de absolvição. A representante do Ministério Público manifestou-se pela improcedência penal devido à insuficiência de provas, e a juíza destacou a atuação ‘totalmente ilegal e desastrosa’ dos policiais, ressaltando que os depoimentos foram inconsistentes e descumpriram a legislação.