No próximo dia 5 de maio comemora-se o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Um levantamento realizado pela consultoria IQVIA, apontou o aumento significativo nas vendas de alguns medicamentos e vitaminas relacionados à Covid-19 nos três primeiros meses desse ano em relação ao mesmo período do ano passado.
São eles o ácido ascórbico (vitamina C), associado por fake news à prevenção da doença, que teve um crescimento de 198,23%; o paracetamol, com 83,56% a mais em sua comercialização e a dipirona sódica, com aumento de 51%. O ibuprofeno, que por um breve período foi relacionado ao agravamento de casos da doença, teve uma queda nas vendas de 2,95%. Outros, também atribuídos à capacidade de curar a covid-19, como a hidroxicloroquina e colecalciferol (vitamina D) tiveram crescimento de vendas de 53,03% e 23,74% respectivamente (dados relativos ao Estado de São Paulo).
E nesse cenário de pandemia, crise histórica da saúde e aumento exponencial de automedicação, os conselhos de Farmácia realizam mais uma campanha sobre a importância do uso racional de medicamentos para a proteção à saúde. A data é alusiva ao tema e nesse ano traz um recado simples e direto: “não entre em pânico e antes de usar qualquer medicamento, consulte o farmacêutico”.
Os riscos são mais graves em relação à hidroxicloroquina, medicamento indicado para tratar doenças como o lúpus eritematoso. Da mesma forma que a cloroquina (indicada para a malária, porém disponibilizada apenas na rede pública), a hidroxicloroquina pode causar problemas na visão, convulsões, insônia, diarreias, vômitos, alergias graves, arritmias (coração batendo com ritmo anormal) e até parada cardíaca.
O uso de hidroxicloroquina ou cloroquina em pacientes internados com teste positivo para o novo coronavírus ainda não tem evidências representativas. Portanto, se justifica apenas com supervisão e prescrição médica, atualmente, com retenção de receita.
Campanha
A campanha será veiculada nas mídias tradicionais e também nas redes sociais dos conselhos de Farmácia e lembrará os ícones da profissão, como o farmacêutico baiano Rodolfo Marcos Teófilo, graduado pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1875 e radicado no Estado do Ceará. Sem apoio do poder público, Rodolfo Marcos Teófilo enfrentou duas epidemias de varíola, que vitimaram milhares de pessoas em Fortaleza e cidades do interior cearense, no final do século XIX e início do século XX.
Em 1862, aprendeu as técnicas de produção da vacina e em 1901 passou a imunizar a população, contando com ajuda da sua esposa e de um auxiliar. Cuidou sozinho da vacinação em massa pelos bairros pobres de Fortaleza até 1903.