O ex-secretário municipal de Defesa e Convivência Social da prefeitura de Guarujá, Luiz Cláudio Venâncio Alves, foi preso depois de atirar com uma arma durante um tumulto dentro de um terminal rodoviário.
O boletim de ocorrência (BO), registrado após o fato, aponta que Luiz é policial militar (PM) da reserva e foi liberado após pagar fiança. Ninguém foi atingido.
O problema aconteceu por volta das 21 horas desta quarta-feira (2), na Praça das Nações Unidas, local onde funciona o terminal rodoviário Ferry Boat e o shopping Ferry Boat’s Plaza.
Ainda segundo o BO, uma equipe da PM foi acionada porque um suspeito estava armado, alterado e agressivo com os funcionários do terminal rodoviário.
Porém, no momento em que os agentes chegaram ao local, Venâncio não estava mais no terminal.
Os policiais, então, colheram depoimentos de funcionários, que afirmaram que o homem havia pedido os rádios de comunicação do controlador de acesso. Não foi atendido.
O ex-secretário teria deixado o local nervoso, dizendo que estava cansado de ser roubado. Enquanto os agentes orientavam os funcionários, Venâncio apareceu novamente e, de dentro de um carro, efetuou um disparo que atingiu a vidraça de uma loja que estava fechada.
Depois disso, os policiais realizaram a abordagem e revistaram o veículo, encontrando a pistola. Ao ser indagado, o ex-secretário alegou que tinha disparado acidentalmente.
Mesmo assim, foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para exames e, em seguida, levado até o 1º Distrito Policial de Guarujá. Lá, foi ouvido e liberado depois de pagar fiança no valor de dois salários-mínimos (cerca de R$ 2,8 mil).
O que alega o ex-secretário
Venâncio chegou ao DP acompanhado do seu advogado, prestou depoimento e declarou que é capitão da PM da reserva não remunerado. Ele disse, ainda, que é diretor de uma empresa de segurança que presta serviços no terminal rodoviário e foi até o local conversar com um colaborador para solicitar um valor em dinheiro, que precisava para o dia seguinte.
O ex-secretário afirmou, também, que estava parado na faixa de ônibus e saiu para dar uma volta no quarteirão. Na sequência, observou um segurança e parou o carro para indagar com quem pegaria o dinheiro.
Nesse momento, acidentalmente, segundo ele, houve o disparo com a arma. Venâncio disse, ainda, que foi até viatura policial para informar sobre o armamento e se desculpar.
“Disparo acidental de arma de fogo não configura crime. Com o desenrolar do processo judicial os fatos serão devidamente esclarecidos”, declarou Venâncio, em entrevista ao G1.
A arma usada pelo ex-secretário foi apreendida e encaminhada ao Instituto de Criminalística para exames. Ele contou que o armamento tinha sido doado por um PM que trabalhou com ele como segurança de um condomínio.
Venâncio informou que o contrato de doação foi registrado no Sistema Nacional de Armas. Porém, a polícia não localizou o registro e investiga a titularidade da arma.