José Luiz Tahan e sua obra - Foto: Raimundo Rosa/Prefeitura de Santos

Proprietário da charmosa Realejolivraria de rua tradicional localizada em Santos, José Luiz Tahan faz sua estreia como escritor. Ele está lançando “Um Intrépido Livreiro Nos Trópicos – Crônicas, Causos e Resmungos”.

livro reúne histórias que Tahan tem colecionado ao longo de 32 anos de profissão, muitas delas atrás do balcão da Realejo.

A obra, que chega às prateleiras pela Vento Leste Editora, já teve lançamentos em cinco cidades do país: Santos, é claro, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

“Um Intrépido Livreiro Nos Trópicos” chega agora à sexta cidade: Brasília. O livro de Tahan tem lançamento marcado para esta terça-feira (23), a partir das 18 horas, na Livraria Circulares, CLN 113, Bloco A, na capital federal.

Tahan está há mais de 20 anos no comando da Realejo, se dividindo entre indicações de títulos e cafés nas mesas que ocupam sua calçada em um dos mais tradicionais bairros santistas, o Gonzaga. Além disso, algumas das histórias contadas no livro tem como cenário outros redutos literários da capital.

Entre conversas, cafés e intensas troca de ideias, os personagens de seus textos se alternam como interlocutores em passagens marcantes, curiosas e, algumas vezes, reflexivas.

“Quando comecei a escrever pequenos artigos, sempre olhando a vida e os leitores da visão do meu balcão de uma livraria de rua, nunca teria imaginado que iriam virar uma coletânea para um livro meu. Fui usando a escrita para contar histórias, para me divertir e para expor muitas vezes a fragilidade de quem vive num comércio como uma livraria. O livro é fruto dessas vivências”, relatou o autor.

As histórias ganharam volume e conteúdo à medida em que Tahan criou o hábito de se dedicar à escrita quase em tempo real, após as jornadas diárias de trabalho. Já a escolha do formato para reunir os casos se deu de forma natural: “Só poderia ser neste lugar perene, mágico: o livro. O suporte mais nobre e também o motivo dessas pequenas histórias”, afirmou.

Tahan, além de comandar a Realejo, também criou, entre 2009 e 2010, a Realejo Editora e o Festival Internacional de Literatura Tarrafa Literária, que permanecem até hoje, em Santos.

O livro é dividido em blocos

A obra tem 408 páginas e é dividida em blocos, que incluem bastidores do seu convívio com escritores e escritoras, situações inusitadas com clientes anônimos e artigos que abordam seu trabalho e o papel das livrarias de rua.

Com uma escrita que transita entre observação, autocrítica e humor, Tahan busca refletir sobre “como ser um livreiro num país tropical, quente, desigual e cheio de incoerências e dificuldades como é o nosso”.