Quem passou pela Praia do Itararé na última semana precisou de cuidado para não pisar em bolachas-do-mar. Espécie de parente do ouriço, mas em formato achatado, centenas delas foram vistas por quem praticava sua caminhada pela faixa de areia.
“Sempre vimos (as bolachas-do-mar), mas não nessa quantidade”, conta a professora Cinthya Rodrigues de Souza, que mora em São Paulo. No feriado de Carnaval, ela desceu a Serra com o marido, o também professor Edson Rodrigues de Souza, que já tinha visto os animais na areia vicentina.
“Uns dois dias antes (do meu registro, em 12 de fevereiro), ele também tinha saído para caminhar, mas, sozinho, e já havia essa quantidade, a prefeitura vai fazendo limpeza, recolhendo, mas todos os dias, pelo menos no feriado de Carnaval, estavam cheios de bolachas-do-mar”, acrescenta Cinthya.
Origem
De acordo com o biólogo Eric Comin, a designação bolacha-do-mar, tal como a versão espanhola “galleta de mar”, tem origem nas regiões costeiras da América do Sul, onde os esqueletos destes organismos são presença frequente nas praias, já desprovidos de espinhos e branqueados pela radiação solar. “O disco esbranquiçado com uma marca semelhante a pétalas no centro, se assemelha a um biscoito”, conta.
Ele reforça que se trata de uma espécie da ordem dos equinodermos e possuem como se fossem uns pequenos espinhos aveludados com diversas colorações para inúmeras espécies. “Cada espécie tem uma cor diferente. Esses espinhos são chamados de podia, ou pés, que servem tanto para a locomoção quanto a captura de alimento”.
“O mar subiu muito (nos últimos dias), e esses animais, como vivem no fundo de areia, foram deslocados para a praia. Na hora em que a maré abaixou, não conseguiram retornar. Possivelmente eles estavam em uma agregação ali que a gente tem nessa região do Itararé. A gente tem uma areia com fundo propício para eles”, complementa Comin.
Com informações de A Tribuna