A família do ‘Príncipe’ do PCC, morto por policiais da tropa de elite da Polícia Militar no final da tarde do último sábado (10), na Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó, em Santos, alega que o homem era inocente e estava voltando de uma partida de futebol.
A irmã mais nova de Allan Morais Santos, Brenda Morais Santos, explicou que o irmão teve passagens pela polícia e cumpriu “tudo certinho diante da Justiça”, e que atualmente não tinha envolvimento com o crime. Ele estaria cursando o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e trabalhando. Inclusive, no dia do ocorrido, estaria voltando de uma partida do Jabaquara, time onde atuava na comissão técnica – a informação foi confirmada pelo clube.
Além disso, conforme Brenda, Allan teria sido parado pela polícia próximo à entrada de Santos e liberado. Posteriormente, contou Brenda, ele foi morto na Avenida Martins Fontes, no carro que pertencia à sua esposa. No boletim de ocorrência, foi descrito que Allan estava armado. A família, porém, nega essa versão.
Outra acusação que a família negou é a de que Alan era sobrinho de Fernando Gonçalves dos Santos, o ‘Azul’, apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) a nível nacional. “Ele estava trabalhando. Após a partida, aconteceu isso”. Segundo Brenda, a família está muito abalada com a notícia. “Ninguém vai acreditar em um ex-presidiário que estava trabalhando. Ninguém vai acreditar”.
Em postagem em uma rede social, a irmã escreveu: “O Brasil atualmente inviabiliza a reintegração social, fechando os olhos e fortalecendo a desigualdade no país. Hoje, carregamos não só a dor, mas, sim, a injustiça feita por pessoas que têm a obrigação de nos proteger”.
Na mesma declaração, Brenda salientou que “deveria ser uma responsabilidade compartilhada ajudar na recuperação do cidadão, porém a única rede de apoio é a família. (…) (Em) uma sociedade mais justa e compassiva, devemos buscar soluções que promovam a inclusão e o apoio e não a execução regada de inverdades”.
Posicionamento oficial
O site de A Tribuna questionou a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) sobre a versão da família. Em nota, a pasta respondeu:
Todos os casos de morte decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigados pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário.
No sábado (10), um homem de 36 anos morreu na Avenida Martins Fontes, em Santos. PMs receberam a denúncia de que um envolvido com facção criminosa estava transportando armas em um Jeep Compass. Eles conseguiram interceptar o envolvido e deram ordem de parada. Houve resistência e o criminoso, que jogou o carro contra a viatura, foi atingido e levado para a Santa Casa, mas não resistiu. No carro dele, os policiais apreenderam uma pistola e um fuzil calibre 556. O envolvido tinha passagens por tentativa de homicídio e associação criminosa.
Com informações de A Tribuna