O trote é uma ‘brincadeira’ sem graça e que pode prejudicar a vida de quem precisa de atendimento de urgência, principalmente quando essas falsas ligações são feitas para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Santos (Samu).
De acordo com a Prefeitura de Santos, das 10 mil chamadas recebidas na unidade da cidade por mês, entre 15% e 18% são trotes, ou seja, cerca de 1,5 mil contatos desnecessários, provenientes não somente de crianças, mas de adolescentes e adultos que conseguem enganar a triagem do 192.
“Quando enviamos uma ambulância para um local onde não existe uma ocorrência, prejudicamos quem precisa do atendimento rápido. O trote pode custar uma vida”, explica o coordenador do Samu de Santos, Marcelo Ismail.
Ao ligar para o 192, o munícipe é atendido por um técnico auxiliar de regulação médica que faz perguntas básicas, como o nome, endereço, telefone para contato e qual a ocorrência. Após este atendimento inicial, a ligação é transferida para um médico regulador, que fará perguntas mais específicas sobre a situação do paciente para se certificar de que não se trata de um trote e definir a classificação de urgência. São cinco códigos: vermelho, em que a ambulância chega em até 15 minutos; laranja, em até 30 minutos; amarelo, até 60 minutos; Verde (120 minutos) e azul (acima de quatro horas).
Com a classificação de urgência definida, a ocorrência é transferida para o rádio operador que encaminha as ambulâncias. “Quando um trote passa por todo esse processo, toda a equipe perde tempo que poderia ser utilizado para ajudar mais pessoas”.
Entre as orientações básicas para a população está a lista de ocorrências indicativas de necessidade de se acionar ou não o Samu. Confira:
QUANDO CHAMAR
Ocorrência de problema cardiorrespiratório;
Intoxicação exógena e envenenamento (contato com produtos químicos);
Queimaduras graves;
Ocorrência de maus-tratos;
Trabalhos de parto com risco de morte da mãe ou feto;
Tentativa de suicídio;
Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito;
Quando houver acidentes e traumas com vítimas;
Afogamento;
Choque elétrico;
Acidentes com produtos perigosos;
Suspeita de infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo);
Agressão por arma;
Soterramento e desabamento;
Crises convulsivas;
Transferência inter-hospitalar de doentes graves;
Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso;
QUANDO NÃO CHAMAR
Febre prolongada;
Dores crônicas;
Transporte de óbito;
Dor de dente;
Transferência sem regulação médica prévia;
Trocas de sonda;
Corte com pouco sangramento;
Entorses;
Cólicas renais;
Outras situações nas quais não se caracterize urgência ou emergência médica;