Mancha preta de mofo estava escondida atrás de rack de televisão - Créditos: Arquivo pessoal

O que era para ter sido uma semana de descontração e divertimento, tornou-se um pesadelo sem fim para o psicanalista e professsor Carlos Eduardo Garcia Balcarse, de 42 anos. Turista da cidade de Pedregulho, no interior de São Paulo, ele e a esposa viajaram mais de 530 km para passarem as férias em Santos. Ao longo da viagem de 7h30, ele não imaginava que enfrentaria tantos problemas. Ao chegar no flat que alugou na Cidade, Carlos encontrou vazamentos de água, poeira e roupas de cama e banho desgastadas, além de uma grande mancha de mofo preto escondida atrás de um rack de televisão.

Ele conta que fez a reserva pela internet e pagou pouco mais de R$ 2 mil para ficar no local chamado Gonzaga Flat, entre os dias 14 e 19 de janeiro. Ao chegarem em Santos no dia 14, foram recebidos pela equipe do hotel e levados para o quarto 113. No entanto, durante a estadia, o psicanalista notou que havia um vazamento constante no registro de água do banheiro, barulho alto no ar-condicionado da sala, móveis empoeirados, paredes encardidas, roupas de banho e lençóis desgastados.

No dia 15 de janeiro, Carlos fala que reclamou sobre os problemas para os funcionários do local e foi transferido para o quarto 96. Mas, ao invés de encontrar uma resolução para os contratempos, o turista achou um problema ainda maior escondido atrás de um rack de televisão: uma grande mancha de mofo preto. Além disso, o turista ressalta que os pisos estavam trincados e ocos, havia mal cheiro no quarto, banheiro e roupas de cama, dentre outros.

Além do mofo, ar-condicionado também estava com barulho alto e parou de funcionar
Além do mofo, ar-condicionado também estava com barulho alto e parou de funcionar – Créditos: Arquivo pessoal

“Quando cheguei, não tinha visto o problema do mofo, mas, como sou alérgico, passei mal durante toda a noite, pois tenho problemas respiratórios desde criança. Quando acordei, encontrei o problema. Estava insalubre. O que era para ser um período de descanso, tornou-se uma espécie de tortura”, conta o professor.

À tarde, no dia 16 de janeiro, o ar-condicionado também chegou a parar de funcionar e Carlos foi informado que o aparelho precisava de manutenção, mas um técnico chegaria. “O calor estava insuportável, minha esposa está na menopausa, o ar da sala apresentava ruídos quase que insuportáveis e não era capaz de gelar o quarto”, relata.

Farto dos problemas, o turista procurou a recepção no início da noite e comentou sobre os aborrecimentos que estava enfrentando na hospedagem, mas foi informado que não haveria outro quarto disponível para ele e a esposa. Por isso, imediatamente Carlos teria pedido para cancelar a reserva e teve que procurar outro hotel para ficar em Santos.

“Fizemos o check-in e me dirigi para uma farmácia para comprar um remédio antialérgico mais forte, tendo em vista que o que eu havia trazido de casa não foi suficiente para cortar a crise alérgica desencadeada pelo mofo”, explica.

Carlos comenta que o hotel se comprometeu em devolver 50% do valor pago, mas que até o momento não recebeu o ressarcimento. Para ficar em outro hotel, o turista ainda teve que desembolsar quase R$ 1600 a mais.

Roupas de cama e de banho estavam desgastadas e banheiros sujos
Roupas de cama e de banho estavam desgastadas e banheiros sujos – Créditos: Arquivo pessoal

Vigilância Sanitária

Ainda em Santos, no dia 18 de janeiro, Carlos diz que encaminhou um e-mail junto à Vigilância Sanitária de Santos, denunciando a precariedade encontrada no Gonzaga Flat. Ele também afirma que, nesta semana, moverá uma ação judicial contra o local, devido à insalubridade presente nos quartos, especialmente o que continha o mofo. “Estamos falando de saúde pública, isso não pode continuar assim”, lamenta.

Em resposta, a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a Vigilância Sanitária não recebeu de forma oficial a denúncia do turista, mas irá verificar a situação do estabelecimento citado pelo reclamante.

A pasta ainda destaca que as denúncias deste tipo devem ser realizadas por meio da Ouvidoria Municipal no telefone 162, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, pelo WhatsApp (13) 99750-3857 ou pelo site.

Hotel

A reportagem de A Tribuna procurou o Gonzaga Flat para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. No entanto, até o momento, o hotel não respondeu.

Frustação

Com férias frustradas, Carlos conta que sente um misto de indignação, descontentamento, frustração e revolta. “Não é somente uma questão de ordem financeira, pois dinheiro a gente recupera, a coisa vai muito além disso. Realmente espero que as autoridades competentes tomem as devidas providências para que empresas como essa não sigam lesando os consumidores”, finaliza.