Investigadores do 1° DP de São Bernardo do Campo descobriram uma chácara localizada na região do Riacho Grande, perto da cidade do ABC Paulista, que era utilizada como “quartel-general” do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O imóvel seria usado para guardar armas e munições, que seriam utilizadas para explodir uma ponte que liga a capital paulista à Baixada Santista. Por enquanto, dois homens estão presos.
A exata localização da ponte ainda é ignorada e as investigações prosseguem para descobrir mais detalhes. O plano de explosão foi revelado por um dos homens que foram presos.
Integrante da organização criminosa, ele disse que seria incumbido de preparar e detonar o explosivo, mas, antes, fugiu da chácara por se desentender com os comparsas, que tentaram matá-lo.
Em menção a outro homem, o delegado Victor Hugo Borges, do 1º DP de São Bernardo do Campo, relatou: “O local da prisão do suspeito apenas foi descoberto em razão do forte indício de que criminosos se agrupavam com o intuito de explodir uma ponte que realiza a ligação entre a capital paulista e o litoral”.
Conforme a autoridade policial, a razão do plano se dá em virtude da recente Operação Escudo, que aconteceu no litoral paulista, e culminou na prisão de vários criminosos e apreensão de grande quantidade de substâncias entorpecentes. Borges também destacou o “poderio bélico e planejamento estratégico” da organização criminosa.
A revelação
A chácara fica na Estrada Taquacetuba e foi descoberta no final da tarde de domingo (3). Segundo investigadores do 1º DP de São Bernardo do Campo, eles tomaram conhecimento de que, na véspera, durante audiência de custódia, o preso Lucas Lopes de Araújo revelou que um grupo se organizava em uma chácara na cidade para explodir a ponte.
Para o sucesso do plano, os criminosos já teriam providenciado o material necessário, além de armas, que estariam na propriedade rural. Lucas admitiu que integrava o grupo, mas alegou que houve um “desacerto” entre ele e os parceiros, motivando-o a fugir do sítio e a se entregar à polícia, pois é procurado da Justiça.
Com base nas declarações desse preso, foi iniciada uma varredura que possibilitou apurar a localização da chácara. Ela fica após a primeira balsa do Riacho Grande. A área é cercada com o apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) de São Bernardo do Campo. Na propriedade rural estava apenas Jaílson Pesqueiro de Souza, de 34 anos.
Indagado sobre algo ilícito no local, Jaílson disse que apenas havia uma pistola calibre 45. No entanto, além dessa arma, os policiais encontraram um fuzil AK-47, dois cordéis detonantes, um pavio, diversas munições de vários calibres, cinco carregadores de fuzil, dois carregadores de pistola, duas lunetas, quatro celulares, um notebook, colete à prova de balas, roupas táticas, pen drive, câmera de segurança, chip, anotações e balança.
Entorpecentes
Um Fiat Mobi Drive branco, com emplacamento de Itapevi (SP), estava estacionado na área da chácara. Os investigadores perceberam algo estranho no painel frontal que sustenta o rádio e, ao retirá-lo, encontram em um fundo falso com 2,5 quilos de crack e 421 gramas de cocaína. Diante das apreensões, Jaílson não se pronunciou.
O homem que estava na chácara foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e pelo delito de integrar organização criminosa.
Segundo o delegado, por questões de segurança, o explosivo foi entregue à equipe do GOE para ser detonado de “modo controlado”. Quanto ao carro, “que serve como cofre”, foi apreendido e será periciado para ter a procedência apurada.
Com informações do Vade News/Eduardo Velozo Fuccia.