O Folha Santista encerra sua série de entrevistas com os candidatos a presidente do Santos Futebol Clube, com o cabeça da Chapa 5, Marcelo Teixeira. Seu vice é Fernando Bonavides.
Formado em administração de empresas na Fundação Lusíadas e direito na Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes (Uniceb), elegeu-se presidente do Santos pela primeira vez em 1991, cargo que ocupou por dois anos e, posteriormente, em 2000, quando permaneceu até 2009.
Sob sua gestão, o Peixe conquistou dois titulos do Campeonato Brasileiro (2002 e 2004) e foi bicampeão do Paulistão (2006 e 2007). No âmbito da política santista, foi eleito presidente do Conselho Deliberativo no ano de 2017.
Atualmente, ele é presidente do Conselho Administrativo Complexo Educacional Santa Cecília (Unisanta). Teixeira disse que, em sua gestão, vai priorizar a montagem de elencos campeões e que o momento não é para a SAF, pois autonomia é “algo inegociável”.
As eleições para presidente do Santos FC acontecerão no dia 9 de dezembro, sábado, entre 10 e 17 horas, nas dependências da Vila Belmiro, à Rua Princesa Isabel, s/n°.
Folha Santista: Andrés Rueda foi eleito com a promessa de trazer equilíbrio financeiro e esportivo para o Santos. No entanto, em sua gestão, o clube viveu sucessivos fracassos na questão esportiva e sempre se viu limitado pela falta de orçamento para contratar novos atletas. O que você pretende fazer para manter o equilíbrio entre o futebol e as finanças?
Marcelo Teixeira: Gestão profissional. Essa será a filosofia do nosso trabalho, sem perder o comprometimento pessoal e as raízes vitoriosas do Santos. Todas as nossas ações serão pautadas a partir dessa premissa. Podemos destacar:
* Profissionalização de todos os departamentos:
⦁ Mudar o conceito administrativo do clube
⦁ Modelo de Governança: autonomia, metas e prestação de contas de cada departamento
⦁ Profissionais especializados em cada uma das funções
⦁ Organograma com funções executivas definidas
* Responsabilidade financeira/fiscal e equilíbrio:
⦁ Plano de redução da dívida, que leve em consideração a redução de custos do futebol, sem abrir mão de ter equipes competitivas.
FS: Clubes de expressão do nosso país, como Cruzeiro (MG), Botafogo (RJ) e Vasco (RJ), se tornaram Sociedade Anônima de Futebol (SAF), recentemente. O que você pensa deste modelo de gestão para o Santos?
Teixeira: Eu sou a favor da SAF, mas desde que sejam cumpridas algumas condições. SAF não é decisão do presidente, mas sim dos sócios. A SAF por si só não é garantia de modernidade. Não se faz uma SAF para reduzir dívidas, o que seria um atalho. E boa gestão não permite atalhos. SAF é vender parte do futebol do clube. E vender o ativo desvalorizado é uma estratégia equivocada. Se for para um dia virar SAF, o correto é fazer uma gestão responsável, valorizar os ativos do clube e negociar em patamar de valor condizente com o que o Santos vale. Mas com um detalhe importantíssimo: jamais vender o controle do futebol. Autonomia é algo inegociável.
FS: Qual a sua opinião sobre o projeto de construção de uma nova Vila Belmiro, feito pela gestão de Andrés Rueda e em acordo com a empresa WTorre?
Teixeira: A prioridade será dar andamento ao projeto com a W. Torre e, para isso, já conversamos com o prefeito da cidade, Rogério Santos, e o CEO da W. Torre. Ambos estiveram na universidade (Santa Cecília), no intuito de agilizar o projeto, tanto na prefeitura, quanto nos demais órgãos.
FS: Em dias de jogo na Vila Belmiro, não raro vemos cambistas vendendo ingressos em frente ao estádio ou em ruas próximas. No seu plano para candidato à presidente, você tem algum projeto para eliminar a pirataria de ingressos?
Teixeira: Tudo passa pela gestão profissional. Depois de um amplo diagnóstico da atual situação do clube, após ouvir os responsáveis de cada setor, vamos agir para corrigir esse e outros problemas do Santos.