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A III Semana Tereza de Benguela, que integra a programação estadual do “Julho das Pretas” segue até 1º de agosto. Acontece em várias cidades da Baixada Santista, como Bertioga, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.

Neste ano, o tema será “Legado e Ancestralidade. Alzira Rufino – A Casa de Cultura da Mulher Negra – Quilombo Urbano Santista”, uma lembrança póstuma à pessoa e ao espaço intelectual e político. A criadora da Casa de Cultura da Mulher Negra, Alzira Rufino, foi precursora do feminismo negro brasileiro.

Nesta terça (25), em Santos, aconteceu a atividade de boas-vindas às alunas da ETEC Dona Escolástica Rosa (Avenida Senador Feijó, 340), que foram vítimas de racismo no primeiro semestre deste ano.

Em seguida, as mulheres das entidades organizadoras participaram da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, que ocorreu na capital, a partir das 18 horas. O mote da marcha, construída a partir da articulação de diversas entidades de mulheres negras do estado, é: “Mulheres Negras em marcha por um Brasil com democracia, sem racismo, sem violência, sem anistia para os fascistas. Justiça por Marielle Franco e Luana Barbosa. Por nós, por todas nós e pelo bem viver!”.

Nesta quarta (26), a partir das 19 horas, no Centro Cultural da Prainha (Rua Quarta com Projetada A – Prainha – Vicente de Carvalho), em Guarujá, começam as atividades com roda de conversa e sarau. “Trancistas e religiosidade: aprendizado da Casa de Cultura da Mulher Negra”.

Cubatão é a próxima cidade da programação. Na quinta (27), a partir das 17 horas, o Anfiteatro da Câmara (Rua dos Emancipadores, s/n- Centro/Cubatão) abriga a mesa “A relevância da representação da Casa de Cultura da Mulher Negra e Alzira Rufino na participação da Conferência de Durban Contra o Racismo em 2001”.

Em 28 de julho, a partir das 17h, Bertioga entra em cena. A mesa III Encontro Feminista Latino-americano em Bertioga – Alzira Rufino, percussora do Feminismo Negro Brasileiro acontece na OAB-Bertioga (Avenida Anchieta, 141, Centro).

No dia 29 de julho, as ações acontecem em duas cidades. Às 12h30, Praia Grande realiza a Oficina Escrita de si, no Núcleo Alzira Rufino (Avenida Milena Petruch, s/n- Jardim Melvi/Praia Grande) e, no mesmo horário, Santos convida para a feijoada para rememorar àquela que acontecia na Casa de Cultura da Mulher Negra. Após a feijoada é a vez do Samba Delas, com a presença da cantora Abecca.

A atividade é organizada pelas Promotoras Legais Populares (PLPs) em prol da formatura da quarta turma em formação e acontece conjuntamente com o Sarau das Pretas, organizado pelo Coletivo Feminista Classista Maria vai com as Outras. Para o encerramento das atividades do dia, artistas da região, com microfone aberto para todas, no Sindicato dos Bancários de Santos e Região.

No dia 30 de julho, das 10 às 12h, Peruíbe realiza a roda de leitura on-line: Alzira Rufino: Escrever e Resistir.

Em 31 de julho, a partir das 17 horas, na Vila de São Vicente (Praça João Pessoa/Centro/São Vicente), é a vez de São Vicente receber a mesa temática Revista Eparrei: a importância da comunicação na construção das nossas memórias. Registro das realizações da Casa de Cultura da Mulher Negra. Apresentação da multiartista Carla Riesco.

A III Semana Tereza de Benguela encerra as atividades no dia 1 de agosto, das 17h30 às 20h30, com a mesa O Legado de Alzira Rufino para o Feminismo Amefricano, na sede da OAB Santos (Praça José Bonifácio, 55), com exposição fotográfica de Dayse Pacífico e mostra do Coletivo Linhas de Santos.

A Semana Tereza de Benguela é organizada por diversas entidades e coletivos de mulheres negras e tem o apoio de diversas entidades da Baixada Santista.

PROGRAMAÇÃO:

SANTOS

25 de julho: 12 horas

Boas-vindas às alunas da ETEC Dona Escolástica Rosa

(Avenida Senador Feijó, 340/Vila Mathias).

29 de julho: 12h30 às 19h

Feijoada das PLPs, Samba Delas e Sarau das Pretas

Sindicato dos Bancários de Santos e Região (Avenida Washington Luís, 140/Encruzilhada). Apresentação da cantora Abecca.

1 de agosto: 17h30 às 20h30

– Femenagem à Casa de Cultura da Mulher Negra e à Alzira Rufino

“O Legado de Alzira Rufino para o Feminismo Amefricano”

OAB Santos (Praça Patriarca José Bonifácio, 55/Centro/Santos).

– Exposição fotográfica de Dayse Pacífico e mostra do Coletivo Linhas de Santos.

GUARUJÁ

26 de julho – 19h

Roda de conversa e sarau. Trancistas e religiosidade: aprendizado da Casa de Cultura da Mulher Negra

Centro Cultural da Prainha (Rua Projetada, em frente ao número 09).

BERTIOGA

27 de julho – 17h às 20h

“III Encontro Feminista Latino-americano em Bertioga – Alzira Rufino, percussora do Feminismo Negro Brasileiro. ”

OAB – Avenida Anchieta, 141 – Centro, Bertioga – SP.

CUBATÃO

27 de julho – 17h

“A relevância da representação da Casa de Cultura da Mulher Negra e Alzira Rufino na participação da Conferência de Durban Contra o Racismo em 2001”.  (Anfiteatro da Câmara (Rua dos Emancipadores, s/n- Centro/Cubatão).

PERUÍBE

29 de julho –  10h às 12h 

Alzira Rufino: Escrever e resistir (atividade online).

PRAIA GRANDE

29 de julho – 12h30

Oficina Escrita de si

Núcleo Educafro Alzira Rufino (Avenida Milena Petruch, s/n- Jardim Melvi/Praia Grande).

SÃO VICENTE

31 de julho – 17h às 20h

– Revista Eparrei: a importância da comunicação na construção das nossas memórias. Registro das realizações da Casa de Cultura da Mulher Negra.

– Apresentação da multiartista Carla Riesco

Vila de São Vicente (Praça João Pessoa/Centro/São Vicente).

Quem foi Tereza de Benguela

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão no século XVIII.

Após a morte do marido, José Piolho, Tereza assumiu o comando do Quilombo Quariterê e o liderou por décadas. Ficou conhecida por sua visão vanguardista e estratégica.

Sua liderança se destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa. Ali, era cultivado o algodão, que servia posteriormente para a produção de tecidos. Havia também plantações de milho, feijão, mandioca, banana, entre outros.