Por Wellington Mesquita
O homem espancado e morto após ser falsamente acusado de roubar uma moto no Guarujá era um trabalhador brasileiro, que ganhava a vida no ramo da reciclagem. Mais uma vítima da cultura do ódio e da propagação de informação falsa, Osil Vicente Guedes, de 49 anos, não tinha antecedentes criminais.
Nas redes sociais, ele revelava momentos de uma vida simples e comum, como a maioria dos brasileiros. Publicava fotos e registros do filho de 9 anos.
Osil morreu linchado após ser vítima de uma acusação falsa sobre ter roubado uma moto em Guarujá, cidade que em 2014 foi palco de outra tragédia semelhante, envolvendo boato: a morte de uma mulher inocente após uma notícia falsa postada nas redes sociais.
Barbárie filmada
Osil Vicente Guedes foi agredido brutalmente por munícipes com um capacete e pedaços de madeira. O momento da agressão foi flagrado por um motorista de um carro (vídeo abaixo sensível). Segundo a Polícia Militar, testemunhas informaram que as agressões começaram após um grito de “pega ladrão”. O dono da moto, porém, informou a corporação que conhecia Osil e que emprestou o veículo para ele.
Após ser internado no Hospital Santo Amaro, no Guarujá, Osil não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada neste domingo (7). O caso inicialmente foi registrado como ‘lesão corporal’, mas acabou modificado para homicídio.
Hospital confirma a morte cerebral de Osil Vicente Guedes, 41 anos, vítima de fake news no Guarujá-SP. Ele foi espancado por após ser apontado como ladrão de moto. Mas o dono do veículo tinha emprestado. Crime foi na mesma cidade de Fabiane de Jesus, morta fake news há 13 anos. pic.twitter.com/aZOw2AEzpl
— Alexandro Magnos (@alecoutrins) May 7, 2023