O ritmo de identidade brasileira, o choro, foi o grande protagonista do cenário cultural em Santos nos últimos dias, quando a cidade celebrou a Semana do Choro de Santos 2023. O evento, gratuito, aconteceu entre quinta-feira (4) e sábado (6), no Centro Histórico.
Ao todo, foram nove apresentações, roda temática de conversa e feira de artesanato. As comemorações homenagearam os músicos Waldir Azevedo e Pixinginha, patrono do choro, além do aniversário de 21 anos de criação do Clube do Choro de Santos.
“Este ano estamos reverenciando o centenário do grande cavaquinista Waldir Azevedo. A programação traz um show especial com o repertório dele e, também, debate a obra e o legado de Pixinguinha, cuja morte acaba de completar 50 anos e que é a principal referência do choro. Nosso objetivo, em eventos como este, é fortalecer o patrimônio imaterial do Brasil”, declarou Luiz Pires, vice-presidente do Clube.
Embora o Dia Nacional do Choro seja, oficialmente, em 23 de abril, pesquisas apontaram recentemente que Pixinguinha pode ter nascido em 4 de maio. A data foi escolhida para a abertura da programação, com uma roda de choro, na sede do clube, com a participação do músico estadunidense John Berman, acompanhado pelos músicos do clube, Edinho Schmidt, Monteiro, Arizinho 7 Cordas e Alexandre Branches.
Outro destaque da programação foi a roda de conversa sobre o tema Pinxinguinha, Pelé e a formação da identidade brasileira. No sábado (6), no foyer do Museu Pelé, debateram sobre o assunto o pesquisador de música brasileira e presidente do clube do choro, Marcello Laranja, e o jornalista e músico Douglas Martins. Na mediação ficou o produtor cultural Jamir Lopes, idealizador e responsável pelo projeto cultural Chorinho no Aquário, que completa 16 anos em junho.
“Pixinguinha foi o Pelé da música. Misturou, com criatividade, valsas, polcas e modinhas, com elementos afro-brasileiros. E assim criou o choro e mudou a música brasileira”, afirmou Jamir.
O show de encerramento celebrou Waldir Azevedo. Os músicos Canhotinho e Luizinho 7 Cordas se apresentaram no Largo do Valongo. Ambos atuaram juntos com Waldir no grupo “Demônios da Garoa”, em turnê pelo país na década de 1970.
Waldir é compositor de canções imortais, como Brasileirinho, Delicado e Pedacinhos do Céu. Canhotinho era considerado por ele seu sucessor natural. Ao lado de Canhotinho no show esteve Luizinho 7 Cordas, considerado o mais autêntico representante paulista do violão 7 cordas. Ele é o patrono do projeto social Escola de Choro e Cidadania mantido pelo Clube do Choro de Santos, que oferece acesso ao universo da música para jovens e crianças da região de cortiços do entorno do Mercado Municipal. Já acompanhou grandes talentos, como Elizeth Cardoso, Jamelão, Paulinho da Viola, Clara Nunes e Emicida.
A Semana do Choro de Santos 2023 foi organizada pelo Clube do Choro de Santos e realizada pela prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura, por meio de emendas parlamentares dos vereadores Fabrício Cardoso e Benedito Furtado. O evento teve apoio também da Secretaria Municipal de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo e parceria com o projeto Chorinho no Aquário e Zopp Criativa Produções.