O Sindicato dos Servidores Municipais de Santos (Sindserv) garante que faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e produtos de higienização nas unidades da Prefeitura da Cidade. De acordo com eles, não existem máscaras, aventais, óculos, luvas, álcool gel e papel-toalha. Onde há os EPIs, o Sindserv garante que a pequena quantidade e o racionamento no uso aumentam o risco de contaminação. A administração negou e afirmou que o reabastecimento vem ocorrendo semanalmente.
O Sindicato elaborou uma lista com os locais que sofrem com o desabastecimento na pandemia de coronavírus. São eles: Hospital e Maternidade Municipal Dr. Silvério Fontes; Policlínica Ponta da Praia; Policlínica do Castelo; CRAS Centro (Centro de Referência da Assistência Social – Centro); SEACOLHE-AIF (Seção de Acolhimento e Abrigo Provisório de Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua); CAPS AD IJ (Tô Ligado); Urgência Urbana; DESERP (Departamento de Serviços Públicos); Garagens da Prefeitura e Saúde; SIAMAT (Sistema de Administração de Materiais) e Cemitério da Areia Branca.
“Mesmo a pandemia tendo sido anunciada desde o começo do ano, a Prefeitura de Santos não se preparou e os profissionais estão atendendo sem EPIs mínimos e produtos básicos de higienização. Agora o governo declara Calamidade Pública para poder comprar materiais sem licitação. Os materiais vão demorar muito pra chegar e os trabalhadores que estão na linha de frente no atendimento à população continuarão sem os EPIs para realizar o trabalho necessário com segurança”, disse o presidente do Sindserv Flávio Saraiva.
Saraiva citou que a irresponsabilidade do prefeito Paulo Alexandre está pondo em risco não só a vida dos servidores, mas de toda a população. “O Sindicato está denunciando esse descaso amplamente para a imprensa e encaminhando a denúncia para o Ministério Público”, afirmou Saraiva.
Outro lado
A Prefeitura de Santos informou que a Secretaria de Saúde disponibiliza equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras, luvas, tocas e aventais, entre outros, aos profissionais e unidades de saúde, e que o reabastecimento nas unidades está ocorrendo semanalmente. Nesta quinta (25) e nesta sexta (26), foram programadas a reposição de itens em todas as unidades.
O Município tem feito compras emergenciais, diante do aumento do consumo de EPIs por causa da pandemia, mas encontra dificuldades de fornecimento devido à grande procura no mercado. À medida em que os itens são entregues pelos fornecedores, eles são repassados pelo almoxarifado da Saúde para as unidades e serviços. No último dia 18, três mil máscaras N-95 foram entregues e, nesta semana, chegaram 1 mil galões de álcool gel (5 litros cada), óculos de proteção individual e outros insumos para atender também os serviços citados pela reportagem.
A Prefeitura de Santos e as demais da região já solicitaram aos governos estadual e federal, no dia 17 de março, o repasse de insumos, aparelhos e materiais necessários para o enfrentamento do novo coronavírus. O tema foi novamente debatido, nesta quinta (26), em reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista, que definiu o encaminhamento de nota técnica solicitando o urgente repasse de insumos e produtos, além de nota de repúdio ao mercado de fornecedores pelas práticas adotadas como a elevação de preços.