Último navio de cruzeiro a desembarcar passageiros no Porto de Santos, após a suspensão da temporada, o MSC Seaside chegou à cidade nesta quinta-feira (6). A embarcação, como ocorreu com outras, registrou um surto de Covid-19 a bordo.
Os passageiros desembarcaram pela manhã, no Terminal Marítimo de Passageiros (Concais) de Santos.
De acordo com a atualização mais recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada na terça (4), foram confirmados 65 tripulantes infectados com a Covid-19 e 25 passageiros testaram positivo. O navio está classificado no nível 3 do cenário epidemiológico.
A previsão era que o cruzeiro durasse oito noites. A embarcação saiu de Santos no dia 30 de dezembro, passou pelo Rio de Janeiro, no Ano-Novo, e tinha escala em Ilhéus, Salvador e Ilha Grande.
Contudo, as paradas nestes locais foram canceladas. O retorno ao cais santista estava previsto para esta sexta-feira (7), porém, foi antecipado em função da suspensão da temporada.
A MSC Cruzeiros confirma que concluiu seu último cruzeiro, que ainda estava navegando, com o desembarque de passageiros e tripulantes em Santos.
A empresa diz, ainda, que espera retornar com os cruzeiros em águas brasileiras depois de 21 de janeiro, sob a proteção do protocolo de saúde e segurança, segundo o G1.
Conforme a Anvisa, ainda existem, atualmente, cinco navios de cruzeiro operando no Brasil. As informações mais atualizadas foram divulgadas na terça-feira (4).
Prefeitura diz que questões relacionadas ao desembarque são de responsabilidade da Anvisa
O Folha Santista procurou a Secretaria de Santos para indagar sobre esses inúmeros casos de navios de cruzeiros, que foram obrigados a desembarcar no porto da cidade, carregando dezenas de passageiros e tripulantes infectados pela Covid-19.
Em nota, a prefeitura respondeu: “As perguntas sobre o desembarque de passageiros devem ser encaminhadas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O porto é área federal e toda a responsabilidade sanitária naquele local é da Anvisa.
Ao município de Santos, conforme protocolo, cabe apenas o acompanhamento epidemiológico de eventuais residentes infectados ou tripulantes que permaneçam na cidade. Até o momento, no entanto, a Anvisa não informou o município se haverá pessoas a serem monitoradas após desembarque do MSC Seaside.
Todo o desembarque, transporte sanitário de retorno à cidade de origem, atendimento médico/hospitalar e hospedagem em hotel é de competência da empresa de cruzeiros”.
Anvisa destaca que recomendou suspensão temporária da temporada
O Folha entrou em contato com a Anvisa, que retornou também via nota:
“Os protocolos atualmente adotados são rigorosos e estão em conformidade com as melhores práticas adotadas mundialmente.
No entanto, em razão do aumento exponencial de casos de Covid-19 a bordo dessas embarcações, relacionado provavelmente ao surgimento da variante de preocupação Ômicron, a Anvisa recomendou a suspensão temporária da temporada 2021/2022, indicando como necessária a reavaliação de cenário por parte do grupo interministerial ao qual cabe a decisão sobre a manutenção da temporada.
Dentre as diversas medidas, durante o cruzeiro é obrigatória a testagem diária de 10% de todos os passageiros a bordo, bem como de minimamente 10% dos tripulantes, sendo que testes positivos não podem ser descartados por segundo teste (contraprova).
Nos navios de cruzeiro que compõem a atual temporada no Brasil, conforme a portaria 2928 de 26 de outubro de 2021, do Ministério da Saúde, podem ser utilizados os testes de detecção RT-PCR; RT-LAMP ou teste rápido de antígeno. Positivados permanecem em isolamento durante a navegação e a partir do desembarque ficam sob supervisão das vigilâncias em saúde locais.
Os positivados e contactantes são orientados a isolamento, com assinatura de termo de compromisso de continuidade do isolamento, e observância do surgimento de possíveis sintomas. Os negativos também são orientados a observar o surgimento de possíveis sintomas. O transporte dessas pessoas só pode ocorrer em veículo próprio do viajante ou em veículos específicos, a cargo da empresa operadora do cruzeiro.
Todas as embarcações são avaliadas pela Anvisa antes do início de sua operação de desembarque”.