O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, em sua mensagem de ano novo, que trabalhará em 2022 por uma cooperação mundial para que todos os países alcancem uma cobertura vacinal de 70% contra a Covid-19 até o meio do ano. Pelo jeito, ele terá muito trabalho.
Os países ricos doaram somente uma fração do que prometeram das doses de vacinas ao consórcio Covax Facility, iniciativa da OMS. O objetivo da organização era acelerar a imunização contra a Covid-19 de maneira igualitária.
Os Estados Unidos, por exemplo, se comprometeram a doar 587,5 milhões de doses. Porém, apenas 193,4 milhões chegaram ao Covax, conforme dados da plataforma Ourworld in Data, da Universidade de Oxford. Do total, somente 140,3 milhões foram entregues às nações que mais precisam.
A União Europeia, por sua vez, divulgou que doaria 451,5 milhões de doses. Entretanto, chegaram ao sistema Covax 298,3 milhões e, para piorar, apenas 57,8 milhões já foram distribuídas e aplicadas.
No Reino Unido, a situação é ainda pior. Das 100 milhões de doses prometidas, só 26,2 milhões foram entregues ao Covax e oito milhões chegaram ao seu destino, segundo reportagem de Raquel Landim, na CNN Brasil.
Desigualdade social se evidencia na pandemia
A desigualdade social planetária se evidencia no momento da pandemia. Desde que a campanha de vacinação teve início, em dezembro de 2020, em média, 58,4% da população mundial recebeu pelo menos uma dose de vacina. Nos países mais pobres, esse percentual é de somente 8,5%.
O atraso nas doações dos países ricos é um dos motivos da frustração das metas do consórcio Covax Facility. A meta inicial da OMS era vacinar 2 bilhões de pessoas por meio da iniciativa em 2021, mas o panorama concreto aponta para menos da metade: 907 milhões de imunizantes foram distribuídos até agora.