Por Henrique Rodrigues
Um levantamento realizado pela agência de notícias Bloomberg mostrou que as 500 pessoas mais ricas do mundo ganharam mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,57 trilhões) desde o início da pandemia, no começo de 2020, indo no sentido totalmente contrário da imensa maioria da humanidade, que enfrenta sucessivas crises, desemprego, ruínas econômicas e carestia.
Ainda conforme os dados da Bloomberg, esse grupo de cinco centenas de magnatas detém uma fortuna de US$ 8,4 bilhões (R$ 47 trilhões), o equivalente a mais de seis vezes o PIB do Brasil em 2020.
No grupo dos 500 mais ricos, apenas 10 pessoas detêm individualmente fortunas que ultrapassam US$ 100 bilhões. Elon Musk, criador da SpaceX, Jeff Bezos, dono da Amazon, Bernard Arnault, presidente da Louis Vuitton, Bill Gates, fundador da Microsoft, e Larry Page, cofundador do Google, ocupam as cinco primeiras posições e juntos somam um patrimônio de US$ 896 bilhões, o mesmo que uma vez e meia o PIB da Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo do mundo árabe.
Uma análise dos principais planos econômicos levados a cabo por governos de todo o mundo para minorar os impactos negativos da pandemia nos dois últimos anos, que em tese serviriam para ajudar as populações, que mesmo assim empobreceram muito no geral, acabaram se tornando o motor que acelerou o crescimento das fortunas desses magnatas.
Acúmulo de capital
Nos EUA, os estímulos nos mercados de ações promovidos pelo FED (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) são exemplos dessa gestão político-econômica que serviu apenas acumular ainda mais capital nas mãos da inexpressiva fatia de super-ricos, ao passo que os trabalhadores seguiram sofrendo perdas em suas condições sociais e de vida.
Entre os 500 mais ricos do planeta que se beneficiaram da pandemia, o brasileiro mais bem colocado é Jorge Paulo Lemann. Ele aparece na 82ª posição com uma fortuna de US$ 21,5 bilhões, ainda que tenha ficado com um prejuízo de US$ 2,3 do início da pandemia para cá.