A Defesa Civil do Estado de São Paulo anunciou que a previsão é de que ocorram chuvas dentro da média para o verão na Baixada Santista, o que, por si só, já é preocupante, conforme classifica o próprio órgão.
O índice, normalmente, atinge 850 milímetros (mm), o que é considerado um volume bem alto. “Assim, não é descartado o risco de deslizamentos na região. A Defesa Civil sempre trabalha e se previne para o pior cenário”, afirma o órgão, em nota.
A Baixada Santista não se esquece da tragédia ocorrida em março de 2020, quando a grande quantidade de chuva acumulada atingiu os morros da região, com deslizamentos em Santos, Guarujá e São Vicente e dezenas de pessoas mortas soterradas. Eventos assim, infelizmente, podem ocorrer novamente.
Para tentar diminuir os riscos, será lançado, nesta quarta-feira (1), o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), junto com os municípios. “Uma comunidade bem preparada é aquela que tem mais chances de sobreviver”, diz o órgão, de acordo com reportagem de Maurício Martins, em A Tribuna.
Conforme a Defesa Civil, são 177 municípios considerados mais vulneráveis no estado, sendo o Vale do Ribeira específico para inundações e sete regiões com possibilidade de escorregamentos de terra, incluindo a Baixada Santista.
“Os planos de escorregamento possuem níveis (observação, atenção, alerta e alerta máximo) fundamentados em três parâmetros: acumulado de chuvas, previsão meteorológica e vistorias de campo, que facilitam a tomada de decisão preventiva dos agentes municipais. Todos os municípios do Estado de São Paulo são diariamente monitorados”, aponta o órgão.
Nos últimos meses, a Defesa Civil paulista vem destacando que realizou treinamentos com agentes, gestores estaduais, municipais e a comunidade local, para atuação “efetiva e sistêmica” durante o período de chuvas de verão, “com vistas à redução dos riscos de desastres”.
A Defesa Civil segue encaminhando mensagens de texto (SMS), alertando a respeito de riscos meteorológicos para todos os municípios. Para se cadastrar, basta enviar o CEP para o número 40199.
Procedimentos em casos de perigo de deslizamentos
Daniel Onias, coordenador regional adjunto da Defesa Civil Estadual e coordenador municipal da Defesa Civil de Santos, afirma que em uma situação de previsão de chuvas fortes, quando se constata perigo de deslizamentos, as residências sob risco são interditadas preventivamente e as famílias são acolhidas pelo poder público, caso não tenham outra opção de abrigo.
“A situação é a mesma quando registrados deslizamentos que atingem moradias ou ofereçam risco iminente às mesmas. O retorno à moradia e o levantamento da interdição só é permitido quando medidas de redução do risco forem implementadas, pelo próprio morador ou pelo poder público”, conta.
Santos tem mais de 3 mil moradias que convivem com alto risco
Em Santos, existem 3.312 moradias em setores classificados como de risco alto e 1.158 habitações em setores de risco alto a deslizamentos nos morros.
As que mais preocupam são as que foram atingidas pelas chuvas de março de 2020, nos morros Caneleira, Santa Maria, Pacheco, Penha e Monte Serrat.