O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (23), que Jair Bolsonaro é “psicopata”.
A fala se deu quando comentava sobre o fato de governadores terem decidido mais cedo, em reunião, marcar um encontro com o presidente para discutir a crise entre os Poderes e as ameaças do chefe do Executivo à democracia. Para o tucano, essa reunião com Bolsonaro não acontecerá.
“Não espero nada desse encontro. Não haverá o encontro. Ele [Bolsonaro] não gosta da democracia, gosta do autoritarismo. Ele defende a ditadura, os torturadores”, disse.
“Gestos são bons, é necessário estabelecer esse diálogo. Eu sou a favor dos gestos. Mas, do Bolsonaro, eu não espero nada diferente do que ele fez ao longo dos últimos dois anos e meio. E ao meu ver é um psicopata, um homem doente. Se submetermos ele a uma análise psiquiátrica, vão concluir que ele é um doente”, prosseguiu.
Lula x Bolsonaro
Nesta segunda-feira (23), o ex-presidente Lula teve um encontro com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) em Fortaleza. No mesmo dia, outro correligionário de Doria, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a afirmar que votaria no petista em um eventual segundo turno com Bolsonaro nas eleições de 2022.
No Roda Viva, Doria foi confrontado com o fato e questionado se faria o mesmo que FHC. O tucano, no entanto, tergiversou, afirmando que acredita que ele será o candidato do PSDB e estará no segundo turno.
“Sou otimista. Estou disputando as prévias porque confio no meu partido e confio nas prévias, sou filho das prévias.
O PSDB passará pelas prévias e seremos a melhor opção da chamada terceira via. Não votarei nem em Lula e nem em Bolsonaro”, discorreu.
Voto impresso
Na mesma entrevista, o governador paulista se colocou contra o voto impresso, proposta defendida por Jair Bolsonaro e que foi derrotada na Câmara dos Deputados, e disse que o presidente “prepara o discurso de sua derrota”.
“Bolsonaro prepara o discurso pra sua derrota. Ele será derrotado. Inacreditável que alguém que tenha sido eleito pela urna eletrônica questione sua própria eleição. É coisa de psicopata. Não há nenhuma necessidade de se implantar o voto impresso, exceto para justificar o injustificável”, disparou Doria.