Foto: Reprodução/sct.ce.gov.br

O desligamento do Tupã, supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que faz previsão de estiagem, deve afetar o país em diferentes níveis, mas especialmente a economia e saúde pública. Quem faz o alerta é o o professor Pedro Luiz Côrtes, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, em entrevista ao Jornal da USP.

As primeiras consequências do desligamento do aparelho, segundo o professor, estão relacionadas ao funcionamento do operador nacional do sistema elétrico, que coordena o funcionamento das usinas hidrelétricas, termelétricas e das plantas eólicas do país.

“Isso tem um impacto muito grande na inflação: o IPCA já vem crescendo também em função do aumento das tarifas elétricas”, explica o professor. O planejamento do governo em relação à agricultura e à avaliação da qualidade das safras também seria afetado, o que impacta diretamente nas exportações.

Doenças

Outra consequência que o professor aponta diz respeito à saúde pública. Isso porque há aumento de temperatura em locais onde chove muito, contribuindo para a proliferação de doenças como dengue, zika e chikungunya. A situação, no entanto, poderia ser contidas com políticas de prevenção planejadas com dados do monitoramento.

A decisão de desligar o Tupã é inédita e ocorre devido à falta de verba que a instituição enfrenta. O Inpe está com o menor orçamento da história e conta repasse de apenas R$ 44,7 milhões dos R$ 76 milhões prometidos pelo governo federal em 2021. O valor é 18% a menos que o de 2020.