Pressionado, Rogério Caboclo foi afastado, por 30 dias, da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), neste domingo (6). O dirigente deixa o cargo, pelo menos momentaneamente, por decisão da Comissão de Ética, de acordo com informações do Globo Esporte.
Caboclo está envolvido em uma acusação de assédio sexual por parte de uma funcionária da entidade.
Pelo regimento interno, o vice mais velho, Antônio Carlos Nunes, conhecido como Coronel Nunes, assume durante o período de afastamento. Uma reunião entre os diretores e vices foi convocada para esta segunda (7), na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Os patrocinadores e outros dirigentes da confederação também pressionavam Caboclo, que agora cuidará de sua defesa e sairá de cena no momento de atrito entre comissão técnica e jogadores da seleção brasileira antes da Copa América.
O técnico Tite e o elenco prometem se manifestar na terça- (8) sobre a realização do torneio no país. Todos são contrários, em função da pandemia do coronavírus.
Renato Gaúcho
Os desdobramentos da crise na CBF prometem agitar ainda mais os bastidores do futebol. Fechado com o governo federal, Caboclo já tinha avisado Jair Bolsonaro que, se depender dele, a seleção terá um novo treinador: o bolsonarista convicto Renato Gaúcho, de acordo com informações de André Rizek, no Globo Esporte.
Copa América
Casemiro, capitão da seleção brasileira, já havia deixado claro que, após o jogo das eliminatórias contra o Paraguai, o elenco e a comissão técnica iriam se posicionar sobre a Copa América no Brasil. A afirmação se deu após o jogo entre a seleção e o Equador, com vitória por 2 a 0.
Ele deixou claro que há consenso sobre entre jogadores e comissão técnica de não jogar a competição no Brasil neste momento de pandemia.
A denúncia
Uma funcionária da CBF, que não teve o nome revelado, protocolou na sexta-feira (4) uma denúncia de assédio sexual e assédio moral contra Caboclo.
Entre os abusos que teria sofrido, estão uma pergunta de Caboclo querendo saber se ela se masturba e uma ocasião em que ele teria tentado forçá-la a comer ração de cachorro, a chamando de “cadela”. A mulher ainda relatou que o presidente da CBF, a outros diretores, teria exposto sua vida sexual, criando narrativas falsas sobre supostos relacionamentos que teria tido com pessoas da entidade.