O ritmo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, que já era lento devido à ineficiência do governo de Jair Bolsonaro, atrasou mais ainda em maio. A paralisação momentânea na produção dos imunizantes por falta de insumos prejudicou o andamento do processo.
O número de pessoas sem a segunda dose da vacina aumentou para 5 milhões, no momento em que o país está perto de alcançar 500 mil mortes pelo coronavírus.
Após aplicar mais de 24,5 milhões de doses em abril, o Brasil viu este número cair para 21 milhões em maio, o que representa recuo de 14,2%, segundo informações colhidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com as Secretarias Estaduais de Saúde.
A queda ocorreu na aplicação das segundas doses, que desabaram de 10,6 milhões em abril para 6,6 milhões em maio. No mês passado, o Instituto Butantan e a Fiocruz suspenderam a produção, temporariamente, por falta de insumos, respectivamente, das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que cerca de 5 milhões de pessoas não compareceram para tomar a segunda dose de ambos os imunizantes.
“O Conass está conversando com o Ministério e vendo o que consegue fazer para acelerar a vacinação”, disse ele, em entrevista a Pedro Fonseca, na Reuters.
Porcentagens
Até agora, o Brasil vacinou 21,5% da população com a primeira dose. Porém, menos da metade (10,5%) com as duas doses, conforme dados do próprio Ministério da Saúde.
Com 462 mil mortes, o país ocupa o segundo lugar no mundo com mais óbitos pela Cocid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.