De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Covid-19), elaborados pela FGV Social, a Covid-19 mata no Brasil mais pobres, porque têm menos possibilidades de se proteger do contágio, do que pessoas de melhor poder aquisitivo.
As áreas pobres do país e bairros da periferia de São Paulo registraram três vezes mais óbitos provocados pelo coronavírus do que outras regiões, de acordo com dados divulgados em reportagem de Fernando Canzian, na Folha de S.Paulo.
Ainda conforme o estudo, 28% dos integrantes da classe A/B (renda domiciliar maior do que R$ 8.303) puderam mudar o local de trabalho durante a pandemia. No entanto, na classe D/E (renda de até R$ 1.926), somente cerca de 7,5% puderam fazer isso. Na classe C, somente 10,3% tiveram essa possibilidade.
Entre as profissões que menos puderam mudar o local e o formato de trabalho para home office, estão, especialmente, as ocupações no setor de serviços, como funcionários de supermercados, vendedores e frentistas de postos. Quase 95% desse público continuaram trabalhando no mesmo local durante a pandemia.
Entre as profissões consideradas mais intelectualizadas, 44% tiveram possibilidade de alterar o local de trabalho.
Queda na ocupação
Os dados apontam, também, que Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e São Paulo foram os estados mais afetados pela pandemia no que se refere à queda na ocupação.