Com o avanço do novo coronavírus, as populações mais vulneráveis são as que estão correndo mais risco. A vereadora santista Telma de Souza (PT), pensando nisso, elaborou uma lista de cuidados que devem ser tomados com a população em situação de rua nas ações de prevenção ao Covid-19.
Telma encaminhou a lista aos secretários de Saúde, Fábio Ferraz; e de Assistência Social de Santos, Carlos Motta. Ao todo são oito exigências a serem incluídas na estratégia de atenção à saúde desse segmento.
A vereadora argumentou que essas pessoas correm muito risco, por permanecerem tempo integral nas ruas. Além disso, ficam mais suscetíveis à contaminação e ampliam o potencial de transmissão da doença.
“Mesmo sendo considerados grupo de risco, não estamos vendo uma atenção que garanta cuidado para a proteção da saúde e da dignidade dessas pessoas. É preciso uma estratégia própria de atendimento à saúde e à assistência, em razão das más condições sanitárias sob as quais permanecem”, avalia a ex-prefeita de Santos.
Por isso, ela propõe a criação de um plano urgente de cuidado especial, oferecendo alimentação, abrigo, itens de higiene e vacinas, para reduzir o risco a essas pessoas.
Essas medidas atendem às recomendações da Defensoria Pública-Geral da União (DPU), anunciadas nesta terça-feira (17), e às entidades de defesa dos direitos da população em situação de rua.
As medidas
As medidas são as seguintes: conscientização das pessoas em situação de vulnerabilidade e moradores de rua sobre os riscos da infecção pelo coronavírus e as medidas preventivas.
Distribuição de kits de higiene, com álcool em gel ou lenços umedecidos antibactericidas para a população de rua, diariamente.
Garantia de espaço público para que as pessoas em situação de rua possam lavar as mãos, um por bairro, lembrando que as policlínicas, em sua maioria, funcionam até 17 horas. Pode ser até uma torneira externa ou mangueira com sabão.
Abertura de espaços públicos, emergencialmente, para abrigar a população em situação de rua enquanto perdurar a pandemia, com capacidade para mantê-las protegidas e sem aglomeração.
Força-tarefa das equipes de saúde e de assistência social para avaliarem a situação de saúde dessa população, com o encaminhamento necessário aos serviços médicos e aos programas assistenciais.
Fornecimento de kits de alimentos, pois pessoas desnutridas têm mais risco de se infectar.
Ampliação dos horários para higienização e banho nos serviços socioassistenciais e disponibilizar veículo adaptado para banho (banho móvel). E, por último, vacinação prioritária da população em situação de rua.