Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (26), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apresentaram a ButanVac, a vacina contra a Covid-19 que será produzida pelo Instituto Butantan. Os testes clínicos devem começar em abril e, com isso, 40 milhões de doses devem ser produzidas em maio e a vacinação deve começar em julho.
Dimas Covas, explicou que a ButanVac já faz parte da segunda geração de vacinas contra a Covid-19, que ela vai utilizar a tecnologia da vacina da gripe e que, por conta disso, “será mais imunogênica”.
Os documentos para a liberação dos testes clínicos serão enviados ainda nesta sexta para a Anvisa. De acordo com o governador Doria, a OMS também será notificada sobre a ButanVac. Além disso, o governador também revelou que, após a imunização dos brasileiros, a vacina será encaminhada para países de renda média e baixa.
A produção da ButanVac faz parte de um consórcio que envolve a Índia e o Vietnam.
A fase 3 da ButanVac deve contar com até 9 mil voluntários. Os estudos sobre a vacina tiveram início no dia 27 de março do ano passado e os testes pré-clínicos, onde são avaliados em animais os efeitos positivos e toxicidade, já foram realizados e os resultados foram “excelentes”, segundo o presidente do Butantan.
A tecnologia da ButanVac utiliza um vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (spike) integral do Sars-CoV-2. Essa proteína é a responsável pela ligação entre o vírus e as células humanas e, ao ser inserida sozinha no corpo, estimula a resposta imune.
Variante de Manaus
Covas explicou que ela já utilizará a proteína da variante encontrada em Manaus, a P.1, que é mais transmissível e letal.
Ainda não há uma estimativa de custo da produção da ButanVac.