O avanço da pandemia do coronavírus, cada vez mais intenso no Brasil, pode provocar um colapso, não só no serviço de Saúde. As funerárias do país foram orientadas a preparar um plano de emergência para lidar com os sucessivos recordes de vítimas fatais.
O alerta foi divulgado nesta quarta-feira (17) por Lourival Panhozzi, presidente da Associação de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), em entrevista a Leandro Resende, na CNN Brasil.
O documento pede que as funerárias se preparem para o crescimento da demanda, aumentando os estoques de materiais, como urnas funerárias, máscaras e luvas. Solicita, ainda, que as empresas analisem a capacidade dos cemitérios para realização de vários sepultamentos ao mesmo tempo.
“Algumas cidades precisarão levar corpos para outros cemitérios, de cidades vizinhas. Precisamos nos preparar, pedi esse estudo para o caso de o número de óbitos sair ainda mais do controle”, revelou Panhozzi.
“Vivemos um momento muito preocupante, pois são muitos óbitos ao mesmo tempo. De uma hora para outra, explodem as mortes nas cidades. Por isso precisamos deste plano de contingência”, disse.
Filas para enterros
O presidente da Abredif ressaltou, também, que existe o risco de o Brasil ver cenas de filas para enterros, como as registradas em Manaus no início de 2021.
“Em algum momento, se continuar crescendo o número de mortes, a bolha funerária do país todo irá estourar. Já pedi cancelamento de férias de todos do setor, remanejamos horários de trabalho para poder dar conta”, acrescentou.