Por Fórum
Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por causa do coronavírus, passaram a circular diversas fake news sobre a doença nas redes sociais, o que tem contribuído para comportamentos extremistas por parte da população.
Diversos supermercados do país, por exemplo, têm sofrido com desabastecimento. Muitas pessoas têm procurado as lojas para estocar alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Outras, ainda, têm evitado sair de casa durante a quarentena para praticar exercícios físicos ao ar livre, por exemplo, com medo de contrair a doença pelo ar.
Com as primeiras mortes confirmadas no país, a tendência é o aumento da circulação de informações falsas sobre o Covid-19. Até esta terça-feira (17), o Brasil registrava 349 casos confirmados de contaminação pelo vírus. A primeira vítima fatal foi um homem de 62 anos que estava internado em um hospital particular de São Paulo. Ele tinha diabetes e hipertensão.
Veja mitos sobre a doença listados no Twitter por Faheem Yonus, médico e chefe de Doenças Infecciosas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
Ibuprofeno
De acordo com o especialista, um dos mitos que tem surgido sobre o tratamento dos sintomas da doença é a substituição de Ibuprofeno por Tylenol, já que o primeiro não é recomendado neste caso. Yonus explica, contudo, que não há estudos que comprovem a eficácia do Tylenol.
Mutações
O segundo mito da lista do médico é sobre uma possível mutação do Covid-19, fazendo com que o vírus “fique no ar”. De acordo com ele, isso não é possível.
“Mesmo quando os vírus sofrem mutação, seu modo de transmissão não muda. O vírus da gripe sofreu várias mutações, mas continua sendo uma infecção por gotículas”, conta.
Animais
O terceiro mito fala sobre a propagação do vírus por animais de estimação. Yonus explica que é “extremamente improvável” um animal pegar a doença e transmiti-la ao humano, e vice-versa.
“O coronavírus não recebeu nenhum relato de animais de estimação ficando doentes com coronavírus. Mas boa higiene das mãos e bom senso devem prevalecer”, diz.
Transmissão
De acordo com o médico, não há risco de pegar a doença se uma pessoa está exposta a alguém que foi exposto a um infectado, como o pai de um colega de trabalho, por exemplo.
“Não é recomendado testes em familiares daqueles que foram expostos a um paciente com COVID”, escreve.
Cura por alimentos
O quinto mito fala sobre a cura do coronavírus por alho, banana ou vitamina C. Yonus explica que “bananas são boas frutas e o alho é um bom vegetal. Mas não. Não há ensaios clínicos que sugiram que eles tenham atividade anti-coronavírus. A vitamina C nem sequer é uma fruta ou vegetal”.
Quarentena
O sexto mito levantado pelo médico fala sobre o risco de realizar pequenas saídas durante a quarentena, como praticar exercícios ao ar livre. O médico incentiva a prática: “Vá. Corra. Dê risada. Apenas não faça isso com muitas pessoas. Nosso ar não está contaminado com coronavírus”.
Sintomas
O médico também explica que nem sempre dor de garganta e coriza são sintomas de coronavírus. “É provável que você tenha um vírus sazonal (gripe, RSV, rinovírus etc.). Fique em casa”, aconselha. “Os hospitais não farão um teste e você provavelmente esperará no pronto-socorro por horas”, completa.
Ar quente
O oitavo mito levantado pelo especialista fala sobre secar o nariz com ar quente para “matar” o vírus. “Falso! Por favor não. Nosso nariz transporta bactérias, como parte da flora normal. Essas bactérias podem ficar confusas”, conta o médico.
Imunidade
A nona dúvida explicada pelo médico fala sobre a imunidade desenvolvida pelo corpo humano após a contaminação pelo vírus. Yonus explica que ainda não há como saber se isso realmente ocorre.
“Saberemos com certeza em 2021. Mas se você colocar uma arma perto da minha cabeça e me forçar a fazer uma escolha, eu diria SIM. É muito provável que as pessoas infectadas desenvolvam imunidade. Não sei quanto tempo durará a imunidade”, conta.
Celebridades
Por fim, o médico compartilha que uma das dúvidas comuns sobre a doença tem sido o porquê celebridades também são infectadas. “Porque o COVID-19 não discrimina. O coronavírus não pergunta se você é branco ou preto, republicano ou democrata, nativo ou imigrante, rico ou pobre. Só pergunta: você é humano?”, finaliza.