Por Luisa Fragão, da Revista Fórum
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, foi às redes sociais na noite desta terça-feira (10) para parabenizar o Corpo de Fuzileiros Navais norte-americano, que atua em Embaixadas e Consulados, pelo aniversário de 245 anos. A publicação ocorre horas depois de o presidente Jair Bolsonaro ameaçar uso de “pólvora” contra o presidente eleito do país, Joe Biden.
No Twitter, Chapman escreve que o “Destacamento de Fuzileiros Navais na Embaixada e nos Consulados dos EUA compartilha uma longa história e uma relação importante e duradoura com a diplomacia que nos permite construir com segurança uma relação bilateral mais forte com o Brasil”.
No vídeo publicado pelo embaixador, fuzileiros navais aparecem em frente ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e marcham na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na gravação, Chapman também afirma que a embaixada mantém fuzileiros no Brasil para a proteção das missões diplomáticas dos Estados Unidos.
Em seu polêmico discurso feito na tarde desta terça-feira, durante lançamento do programa “Retomada do Turismo”, Bolsonaro criticou declarações sobre o Brasil feitas pelo presidente eleito dos EUA, Joe Biden. Sem citar o nome do democrata, o ex-capitão afirmou que uma das formas de “fazer frente” à declaração é usar “pólvora”, pois “apenas na diplomacia não dá”.
“Assistimos há pouco um grande candidato a chefe de Estado dizer que se eu não apagar o fogo na Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil. Como é que nós podemos fazer frente a tudo isso?”, disse o presidente.
Saliva e pólvora
“Apenas na diplomacia não dá. Porque quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo”, completou.
No quartel-general do Exército, em Brasília, militares não teriam endossado as declarações do presidente. Segundo informações de Carla Araújo, no UOL, a ordem interna foi ignorar as declarações. “Sem comentários”, disseram os membros do Exército.