Por Luisa Fragão, da Revista Fórum
A cidade de São Paulo registrou, ao menos, 5 mil casos de violência doméstica contra crianças durante o isolamento social da pandemia do coronavírus. O número foi contabilizado pela Secretaria Municipal da Saúde, por meio de atendimentos em unidades de saúde ou hospitais desde março.
Segundo a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Maria Giannella, os casos identificados envolvem tanto agressões físicas quanto psicológicas. “A gente suspeitava que isso pudesse acontecer durante a pandemia, porque a maior parte da violência contra criança e adolescente, no Brasil, é praticada dentro da família”, afirmou, em entrevista ao jornal Agora.
Uma das alternativas da prefeitura, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), foi a reabertura dos Centros Criança e Adolescentes (CCAs), que estavam fechados por causa da pandemia. Os centros acolhem crianças de 6 a 14 anos e que vivam em vulnerabilidade social. Os locais oferecem atividades culturais e esportivas no contraturno das escolas.
Os Centros de Juventude, que prestam um serviço semelhante ao CCAs, mas para adolescentes com idade entre 15 e 17 anos, também irão reabrir a partir desta semana.
Violência contra a mulher
Além das crianças, as mulheres também sofreram com a guinada de violência doméstica na pandemia. Mais de 497 foram vítimas de feminicídio no país desde o início do isolamento social, ou seja, foi uma morte a cada nove horas entre março e agosto, com uma média de três por dia.
Os dados são do segundo monitoramento Um Vírus e Duas Guerras, feito por uma parceria entre sete veículos de jornalismo independente, que visa monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemia. As informações são do Brasil de Fato.