Thiago Andrade - Foto: Divulgação

Aos 35 anos, Thiago Souza de Andrade é o candidato a prefeito de Santos pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que não apresenta coligação.

Thiago nasceu em Santos e é formado em Gestão Pública, atuando como microempresário na área de produção de eventos.

“O Centro é peça chave na solução do principal problema da cidade hoje que é a habitação. Pretendemos povoar o Centro com o programa de aluguel solidário, com incentivo tributário aos proprietários dos imóveis”, diz o candidato, que carrega o número 65.

Nereide Saviani (PCdoB), de 72 anos, é a candidata a vice-prefeita.

Folha Santista: Por que o senhor é candidato a prefeito de Santos?
Thiago Andrade:
Acredito que que há espaço para uma gestão mais progressista, inovadora e inclusiva na nossa cidade. Quero trazer para a realidade santista uma nova perspectiva de relações sociais, pautada em uma perspectiva de mundo mais igualitária. Quero ter a oportunidade de implementar essa nova perspectiva na nossa cidade. Vamos liderar um novo pacto político, econômico e social para unir a cidade, que está partida em dois. Sou candidato a prefeito para construir uma só Santos.

Folha Santista: Quais são os principais eixos do seu plano de governo?
Thiago:
O programa “Uma só Santos” tem como eixos: enfrentar as desigualdades; promover uma gestão colaborativa, transparente e eficiente; trazer inovação, desenvolvimento tecnológico e abrir caminho para a Santos do século XXI; manter a cidade bonita, bem cuidada e agradável de se viver, com moradia, saneamento e qualidade de vida para todas e todos os/as santistas; garantir inclusão, solidariedade, saúde, educação e segurança; promover, com planejamento, o desenvolvimento econômico para gerar emprego e renda.

Folha Santista: A cidade vem perdendo empregos no Porto de Santos, o que o senhor pretende fazer para que isso se reverta? Thiago: Aqui, o primeiro ponto para que a cidade possa atuar é a ampliação do protagonismo nos debates acerca das questões portuárias. Não podemos mais ser meros tomadores de soluções. A cidade é fundamental para o funcionamento do Porto e precisa ser mais ouvida. Temos total interesse na prosperidade da atividade portuária, é a nossa matriz econômica. Mas, para isso, o Porto e a cidade precisam construir uma sinergia que não se nota há muitos anos. Entidades como o CAP, os sindicatos e todas as demais lideranças políticas e órgãos precisam trabalhar politicamente para o interesse comum.

Folha Santista: Qual sua posição acerca da instalação da usina de incineração de lixo em Santos?
Thiago:
Puramente cientifica. Tecnicamente, a tecnologia que querem implementar é cara e ultrapassada. Defendemos tecnologias mais modernas. Como exemplo, a forte ampliação da coleta seletiva e a implementação da tecnologia de biodigestor, com geração de energia através da queima do gás da decomposição e não do lixo em si.

Folha Santista: O senhor tem alguma proposta para a revitalização do Centro? O que o pretende fazer nesta região da cidade?
Thiago:
O Centro é peça chave na solução do principal problema da cidade hoje que é a habitação. Pretendemos povoar o Centro com o programa de aluguel solidário, com incentivo tributário aos proprietários dos imóveis. Imóveis adaptados a critérios pré-definidos como metragem, padrão construtivo e valor reduzido de aluguel serão enquadrados no programa de incentivos. Na contramão, imóveis ociosos deverão ser sobretaxados. Uma política que mescla o incentivo com a energia necessária para promover a mudança.

Folha Santista: Quais propostas tem para a área de cultura e turismo da cidade?
Thiago:
O fato é que se ambas andarem emparelhadas, uma impulsiona a outra. Temos uma perspectiva de humanização e democratização de acesso para ambas. Se os aparelhos culturais e turísticos funcionarem para a população santista, certamente funcionarão para os turistas. Além disso, é preciso entender que Santos, como um todo, tem potencial turístico, não apenas a orla e o Gonzaga. Queremos estruturar a cidade para que todas as áreas possam atrair o público e promover a cultura, desde o morro, as palafitas à orla. Por isso, inclusive, defendemos a urbanização dos diques e não a remoção da população. O potencial turístico/econômico daquela região, se urbanizada, é incrível, porque é uma região exuberante, como toda a nossa cidade.

Folha Santista: O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área de saúde, especialmente nas especialidades?
Thiago:
Primeiramente, organizar os sistemas de agendamento que estão longe de ser minimamente eficientes, ampliar o programa de saúde da família, que comprovadamente antecipa o atendimento com estratégias preventivas e desafoga o sistema, e, por último, revisitar a estratégia das OSs com minúcia técnica, manter o que está funcionando bem e reestruturar tudo que estiver deficiente.

Folha Santista: Como avalia as duas gestões de Paulo Alexandre Barbosa?
Thiago:
É preciso separar a avaliação entre a primeira e a segunda gestão, por conta da brutal mudança política e econômica vivenciada pelo país nos últimos sete anos. Estamos posicionados no campo democrático, na perspectiva de ampliação de direitos e defesa da cidadania plena. Portanto, estamos na oposição ao tipo de governo e gestão empreendidos pelo PSDB e pelo consórcio que o tem ladeado durante todo esse tempo. Nossa visão sobre as gestões tucanas em Santos é de que são marcadamente limitadas por uma visão em que o povo e seus direitos, a participação popular e o controle social não são prioridades. Os gargalos estruturais, em especial, nas áreas da habitação e da geração de empregos e oportunidades não foram enfrentados pelo atual consórcio que dirige a cidade. Nossa avaliação é de que é uma gestão limitada, que não prioriza o enfrentamento à desigualdade e não está comprometida em construir uma cidade para todos os santistas.