Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank - Foto: Reprodução

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

Em entrevista ao programa Roda Viva, na segunda-feira (19), a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, afirmou que tem dificuldade de encontrar candidatos negros adequados para as exigências das vagas na empresa. Ela disse ainda que investe em programas de formação gratuitos, mas que não pode “nivelar por baixo”.

Na entrevista, Junqueira admite que o Nubank possui um problema de representatividade racial, mas afirma que sua equipe trabalha para contornar a situação. “Já faz algum tempo que a gente procura para várias posições, inclusive uma vice-presidente de marketing para trabalhar comigo. Estou há bastante tempo procurando e é difícil. Recrutar Nubank sempre foi difícil”, afirma.

A jornalista Angelica Mari, da Forbes Brasil, então questiona se esse “alto grau de exigência” não pode ser uma barreira para minorias. A executiva então responde:

“Não dá para também nivelarmos por baixo. Por isso que queremos fazer investimento em formação. Criamos um programa gratuito, que chama diversidados, que vamos ensinar ciência de dados para pessoas que querem entrar nisso, e nós vamos capacitar essas pessoas”, disse.

“Não adianta colocarmos alguém para dentro que depois não vai ter condição de trabalhar com as equipes que temos, de se desenvolver, de avançar na sua carreira, depois não vai ser bem avaliado. Daí não estamos resolvendo um problema, estamos criando outro, né?”, completa.

Desculpas

Após repercussão negativa de sua fala no programa, Cristina Junqueira publicou um vídeo no Linkedin nesta terça-feira (20) pedindo desculpas por ter dito que contratar profissionais negros é difícil. “Ontem, eu estive no Roda Viva […] Teve um trechinho do que eu falei lá que infelizmente não repercutiu tão bem. E eu queria dizer que falar de diversidade racial, gente, não é fácil”, disse Junqueira.

“Queria pedir desculpas, acho que não me expressei da melhor maneira. É superimportante a gente ter uma comunicação clara. Queria agradecer todo o feedback que está vindo, a repercussão que isso está tendo porque todo mundo tem o que aprender”, afirmou.

Assista ao trecho da entrevista em que a cofundadora do Nubank fala sobre a entrada de pessoas negras na empresa: