Por Victor Farinelli, da Revista Fórum, e Lucas Vasques
O Santos Futebol Clube anunciou nesta terça-feira (6) o desligamento de uma funcionária envolvida em um caso polêmico dentro da instituição.
A moça, que não teve seu nome revelado, trabalhava havia dez anos no clube e recentemente foi vítima de um caso de injúria racial e assédio, denunciado pelo Ministério Público de São Paulo em novembro de 2019.
O agressor da funcionária é o conselheiro santista Márcio Antônio Rosas, que foi acusado a partir de um áudio enviado a um amigo, no qual diz que “qualquer dia eu convido ela (a funcionária em questão, que acaba de ser demitida) para tomar um sorvete lá no Dante, aí ela vai ver o que é bom, lá na Epitácio Pessoa. Aí vou dar o sorvetinho para ela lamber. Tenho mó tara naquela neguinha, malandro”.
A denúncia, feita pela promotora Maria Pia Woezl Prandini, afirma que o conselheiro “ofendeu a dignidade ou o decoro, utilizando-se de entonação e palavras depreciativas referentes à sua raça e ao gênero feminino”.
As primeiras audiências do caso ainda não foram realizadas – estavam marcadas para o primeiro semestre de 2020, mas tiveram que ser adiadas devido à pandemia do coronavírus.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, a funcionária demitida reclama que, até o momento, o Santos não deu nenhuma justificativa sobre a sua demissão.
Sem maiores explicações
O Folha Santista solicitou um posicionamento do Santos. Em nota, a direção do clube justificou algumas demissões de forma lacônica, sem mencionar o caso da funcionária demitida sem justificativa e se o conselheiro em questão será expulso ou punido pelo Conselho Deliberativo. Segue a nota:
O Santos FC comunica que após avaliação e buscando as melhores práticas de gestão e sempre de forma transparente no período do presidente interino, Orlando Rollo, contando com a aprovação do Comitê de Gestão, deliberou o desligamento de profissionais que não se adequam ao atual modelo de gestão e organograma aprovados pelo CG.
O Santos FC deseja aos profissionais sucesso na sequência de suas carreiras e desafios e agradece pelo período em que estiveram desenvolvendo suas atividades profissionais no Clube.
Foi feita uma análise pelo Superintendente Administrativo Financeiro, Luiz Eduardo Silveira, que entregou um relatório ao Comitê Gestor, que recebeu essa análise de cada profissional e todos foram votados individualmente.
Não houve nenhuma situação política ou que não seja o atual momento financeiro do Clube. Apenas o desenvolvimento profissional foi analisado.