Por Fabíola Salani, da Revista Fórum
Corinthians, Atlético-MG, Internacional e Vasco abandonaram o movimento Futebol Mais Livre, que apoia a MP do Mandante, assinada em julho, segundo os jornalistas Danilo Lavieri e Rodrigo Mattos, do portal UOL. Os quatro clubes teriam se reunido com a Rede Globo, a maior prejudicada com a medida de Bolsonaro, e desistido de apoiar o movimento, por diferentes motivos.
Segundo o portal apurou, Corinthians se afastou do grupo como retribuição ao fato de a emissora ter concordado em mencionar o nome do patrocinador de seu estádio, NeoQuímica Arena. O Galo tem interesse semelhante: está construindo um estádio, patrocinado pela MRV, e chegou a acordo para que ele seja citado nas transmissões da emissora também.
O presidente do colorado gaúcho chegou a participar de reunião com Bolsonaro para discutir a MP. No entanto, seu contrato com a Turner está perto de acabar. Por isso, avaliou ser melhor voltar ao bom relacionamento com a detentora dos direitos de transmissão do campeonato.
O símbolo desses três times já não aparecia entre os apoiadores do movimento no site nesta terça-feira (15).
O Vasco ainda ostenta o escudo no site, mas segundo apurou o UOL, também estaria fora do movimento. Isso porque quer proximidade com a emissora e teria recebido dela um valor pela não transmissão de partidas no Carioca.
O movimento
A MP foi enviada ao Congresso em 18 de junho e dá ao mandante do jogo os direitos de transmissão esportiva, para que venda ou use como quiser. Na época, ela foi apelidada de “MP do Flamengo”, pois o clube carioca a usou logo depois nas partidas do campeonato estadual.
Dos 20 clubes da Série A, 16 apoiavam a medida no princípio. Foram contra desde o início São Paulo, Botafogo, Grêmio e Fluminense.
A medida precisa ser aprovada pelo Congresso, senão não fica mais em vigor. São 60 dias de prazo, prorrogáveis por 60 dias. Mas, nos bastidores, já se avalia que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não vai levá-la adiante.
Tanto é assim que Bolsonaro chegou a pedir em uma de suas lives, em julho, que o Congresso não deixasse a medida caducar. Até agora, foi em vão.