O desembargador Eduardo Siqueira, que humilhou, chamando de “analfabeto”, um guarda municipal de Santos que o abordou pedindo para usar máscara de proteção contra o coronavírus, já havia usado o mesmo termo para se referir a uma policial por telefone há cinco anos.
Reportagem do programa Domingo Espetacular, neste dia 16, teve acesso ao áudio de uma conversa do desembargador com uma policial pelo 190, serviço de atendimento da polícia, em que ele se identifica como desembargador e pede ajuda da polícia para localizar o filho, que teria saído com o carro dele, com a promessa de retornar às 5 horas da tarde.
“São 11 horas e 38 minutos. Ele não dá notícia. O celular tá desligado. Eu já tive problema de tóxico com esse menino. Ok. Ele pode tá envolvido em tóxico, como pode estar vítima de algum acidente”, relata o desembargador à policial.
Eduardo Siqueira então manda a policial ordenar que o carro seja apreendido e começa a se alterar quando a policial pede para ele se dirigir até o distrito policial.
“Não, não vou não. Eu estou dando uma ordem pra senhora, não estou pedindo”, diz o desembargador, que intimida a policial ao reiterar que “é uma ordem. Uma requisição de um desembargador que tem patente igual a de general de Exército”.
Ele, então, manda que ela transfira para um capitão e começa a discutir com a policial. “Eu só falo com oficial de Estado superior, Major Álvaro Távora. Com sargento, cabo, soldado raso eu não falo”.
Ao ser interpelado por um cabo, ainda por telefone, o desembargador diz: “Mas, a moça que atendeu é completamente analfabeta, cabo”.
Veja a reportagem na íntegra.