Foto: Leonardo Horta/Divulgação

O Tribunal Superior do Trabalho cassou a liminar (decisão temporária) que proibia a Usiminas de demitir funcionários e a obrigava a recontratar os trabalhadores dispensados. A siderúrgica informou que vem apresentando um histórico de resultados negativos e aponta que o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista tem sido intransigente. Perto de mil operários devem ser mandados embora.

Em contato com a Reportagem do Folha Santista, a Usiminas informou que vem adotando um plano de adequação de suas operações de forma a preservar, ao máximo, sua força de trabalho e garantir a sobrevivência da Usina de Cubatão. “A unidade vem acumulando um histórico de resultados negativos, potencializados pelos fortes impactos da pandemia da Covid-19 na demanda por aço, e as medidas em andamento são inevitáveis para garantir a continuidade de suas operações na Baixada Santista. A empresa lamenta a postura intransigente do Sindicato dos Metalúrgicos, que optou por não negociar a imprescindível adequação do efetivo da unidade, prejudicando a situação complexa pela qual passa a Usina de Cubatão”, afirmou, pela assessoria de imprensa da empresa.

A empresa destacou que sem um acordo com o Sindicato, não consegue aplicar na totalidade as medidas previstas na Lei de Preservação do Emprego e Renda e, assim, mesmo sem produção prevista, manteve o pagamento dos salários dos colaboradores, que estão em licença-remunerada, agravando, ainda mais, a situação da planta. “A Usiminas reitera que está em busca de soluções para superar o cenário desafiador e reforça seu compromisso com o desenvolvimento da Baixada Santista.”, afirmou.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Claudinei Gato declarou que a Usiminas está mentindo. “Ela está mentindo. O Sindicato está com o acordo pronto e assinado de redução de jornada e salários e suspensão de jornada, mas a Usiminas quer isso para apenas 400 trabalhadores e demitir o restante. Não podemos concordar com isso”, disse.

Gato lembrou que um acordo tem que abranger todos os trabalhadores, como prega as Medidas Provisórias 927 e 936. “Caso contrário, não tem como negociar assim”, afirmou.

Entenda
Em junho passado, a empresa pretendia dispensar 960 metalúrgicos e o Sindicatos dos Metalúrgicos conseguiu barrar na Justiça. Diante da situação, o Sindicato entrou com um recurso.

Nesta quinta-feira, o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, suspendeu os efeitos de decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), 2ª Região, e liberou a empresa da proibição. Veiga é o mesmo juiz que cassou a liminar do TRT de Tocantins que determinava a reintegração dos 42 trabalhadores demitidos pela rede de churrascarias Fogo de Chão Ltda.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Claudinei Gato, confirmou a cassação da liminar e disse que a Usiminas já retomou as demissões nesta sexta-feira. “Já começaram a chamar os táxis e estamos indo para a porta da empresa para conversar com os trabalhadores”, disse.

Ele lembrou que no dia 7 de agosto existe uma audiência marcada para discutir o assunto. “Vamos continuar lutando para reverter isso. Já impetramos um recurso. A Usiminas é uma empresa grande que dá lucro e quer demitir em massa. Vamos tentar garantir os empregos”, afirmou Gato.