As imagens de um vídeo postado nas redes sociais no dia 31 de julho mostram uma ação violenta de integrantes da Polícia Militar (PM) contra moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo.
A gravação foi encaminhada a órgãos como a Ouvidoria das Polícias e a Comissão de Direitos Humanos da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) como prova da violência dos agentes durante a Operação Escudo, que ocorre há quase uma semana na Baixada Santista.
No vídeo, é possível ver policiais chutando um carro parado, enquanto mandam o motorista e o passageiro deixarem o veículo. Em determinado momento, um homem sai com as mãos para cima e os agentes o agridem com pontapés e golpes de cassetete.
Os moradores de favelas do Guarujá seguem sob ataques da PM.
Pelo menos 10 pessoas foram mortas desde a morte de um soldado da Rota, na quinta (27). E há diversos relatos que as ruas estão como neste vídeo.
O que o governador @tarcisiogdf e o secretário @DerriteSP têm a dizer? pic.twitter.com/1AhpHC9lxa
— Kaique Dalapola (@KaiqueDalapola) August 1, 2023
A abordagem aconteceu no Sítio Conceiçãozinha, em Vicente de Carvalho, distrito do Guarujá. No mesmo bairro e no mesmo dia, um homem chamado Cleiton Barbosa Moura foi morto em consequência da ação policial, de acordo com informações do Globo.
Segundo depoimentos de moradores e familiares, policiais entraram na casa de Cleiton quando ele segurava a filha de nove meses no colo. Os agentes, então, teriam arrastado o homem até um mangue e atirado nele com fuzil.
Entretanto, no boletim de ocorrência (BO) consta que policiais investigavam o local e quando chegaram à casa da vítima, ele teria fugido para os fundos de um beco e atirado nos policias, que revidaram.
Cleiton é uma das 16 vítimas fatais da operação da PM no Guarujá, que tem por objetivo prender o assassino de Patrick Bastos Reis, agente das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
Onde denunciar violência policial
A Defensoria Pública de São Paulo (DPE-SP) divulgou uma mensagem nas redes sociais: “A DPE-SP vai prestar atendimento e colher relatos de vítimas e testemunhas de violência policial decorrente da operação na cidade de Guarujá. O atendimento será prestado pela Unidade Guarujá, localizada na Avenida Adhemar de Barros, 1.327, e pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH), localizado na capital paulista”.