As frequentes ações violentas de integrantes da Polícia Militar de São Paulo, comandada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite, continuam sob investigação.
Laudo elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML) concluiu que o jovem Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos, foi assassinado com, pelo menos, quatro tiros pelas costas disparados por policiais militares, além de outros ferimentos por armas de fogo.
Ele andava de motocicleta com outro adolescente de 15 anos, no Morro São Bento, em Santos, no momento em que foi alvejado. O caso ocorreu na noite de 5 de novembro e, na ação, o menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, também foi baleado e morreu.
O laudo apresenta sete conjuntos de ferimentos compatíveis com disparos de arma de fogo, além de uma queimadura na barriga. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que os policiais envolvidos estão afastados de atividades operacionais e que o caso está em sigilo, de acordo com reportagem de Tulio Kruse, na Folha de S.Paulo.
A família de Gregory teve de ficar sem velório e sem o cortejo que havia planejado no bairro onde o jovem cresceu. A cerimônia precisou ser cancelada em consequência das condições precárias de conservação do corpo. Familiares e amigos afirmaram que ele ficou fora do refrigerador durante mais de 24 horas.
Os tiros o atingiram em várias parte do corpo. Dois acertaram por trás na região das costelas e saíram pela região do peito; um na parte de trás do pescoço, saindo próximo do olho esquerdo; outro nas costas, próximo à axila esquerda; mais um na lateral da coxa esquerda; e dois no braço esquerdo. A queimadura na barriga seria resultado de um tiro de raspão, conforme o laudo.
O documento ratifica o que foi relatado por testemunhas, que o jovem recebeu disparos pelas costas. Além disso, pessoas que presenciaram a ação policial declararam à Folha de S.Paulo que os jovens que estavam na moto foram atingidos quando já estavam caídos no chão.
O que disse a PM
A PM alegou que Gregory e o outro rapaz estavam em um grupo de até dez pessoas que atiraram contra policiais da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam).
Porém, as testemunhas negaram a versão policial, enfatizando, inclusive, que as vítimas estavam desarmadas. A PM admitiu que os policiais envolvidos não utilizavam câmeras corporais.