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Pastor é preso em flagrante acusado de matar mulher trans em motel de Santos

O suspeito foi preso ao retornar ao motel para pegar o celular que havia esquecido

Luane Costa foi assassinada - Foto: Reprodução

Por Zé Barbosa Junior

Na noite de terça-feira (22), um pastor evangélico, de 45 anos, foi preso em flagrante suspeito de assassinar Luane Costa da Silva, uma mulher trans de 27 anos, em um motel na cidade de Santos.

Em depoimento à polícia, o pastor afirmou que conheceu Luane enquanto dirigia pela Avenida Senador Feijó, onde teria sido abordado pela mulher, que ofereceu um programa por R$ 100. Ao chegarem ao motel, segundo ele, o acordo foi rompido após ele descobrir que Luane era trans. Alegando se sentir humilhada, a mulher teria exigido um novo pagamento, que foi feito via PIX. Ainda de acordo com o suspeito, ele realizou a transferência para evitar uma confusão que pudesse chamar a atenção da polícia e comprometer seu casamento.

O homem, que também é engenheiro, é casado há 25 anos, pai de três filhos e disse ter ficado com medo que a esposa descobrisse a traição. No depoimento, afirmou que a situação no motel teria gerado um desentendimento entre ele e Luane, levando a uma luta corporal após a mulher trans pegar uma arma de choque. Segundo o pastor, ele teria caído sobre Luane durante a briga e percebido que ela estava desacordada. Após o incidente, pegou a chave do quarto e deixou o local, jogando a arma de choque em um canal próximo.

O suspeito retornou ao motel mais tarde para buscar seu celular, que havia deixado no quarto. Funcionários acionaram a polícia, que o deteve. A irmã de Luane, Myllena Rios, afirma que o pastor sabia que o local era frequentado por mulheres trans e questiona a versão dada por ele. Para Myllena, o homem foi ao motel com a intenção de cometer o crime, alegando que o pastor não queria pagar pelo serviço.

Vítima planejava uma nova vida em Santos

Luane, natural da Bahia, havia chegado a Santos acompanhada do marido em busca de um apartamento para estabelecer residência. A vítima se encontrava em uma fase de transição, planejando iniciar uma nova vida na cidade litorânea junto com a irmã.

Segundo a Polícia Civil, a causa da morte será esclarecida por um laudo do Instituto Médico Legal (IML), e o caso levanta mais um alerta sobre a violência contra pessoas trans no Brasil, que ocupa o topo do ranking mundial de homicídios contra pessoas trans, segundo dados de organizações de direitos humanos.

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