Por Henrique Rodrigues
Um homem que não teve o nome nem a idade revelados pela Polícia Civil de São Paulo, que estava sendo procurado por espancar brutalmente o enteado de 4 anos, junto com a mãe da criança, em São Vicente, foi encontrado morto na madrugada desta quarta-feira (5), vítima de vários tiros e agressões, num trecho da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, ainda no perímetro daquele município.
Ele e a esposa, mãe do menino agredido covardemente, estavam desaparecidos desde que o caso veio à tona, na terça-feira (4). Tudo teria começado no dia 28 de setembro, quando o garoto foi entregue aos pais do padrasto, enrolado num lençol, sob a alegação do acusado de que “a criança não estava bem”. Os pais do homem e uma irmã dele levaram a criança ao Hospital Vicentino, onde ficou constatado que o garoto tinha oito costelas quebradas e um dos braços também fraturado, além de muitos hematomas pelo corpo. Ele precisou ser levado para a UTI da Santa Casa de Santos, mas já está num quarto comum.
Após o registro da ocorrência, os investigadores encontraram vídeos no celular da mãe, que foi apreendido, que mostram o menino jogado no chão tendo reações estranhas, possivelmente convulsões, disseram os médicos, por conta do espancamento. Ela diz nas imagens que ele não ficará “rangindo” em “sua casa” e que lá, “quem manda é ela”.
A criança vive com o pai, que recentemente perdeu a companheira para o câncer. Foi então que a ex-mulher, mãe do menino, disse a ele que cuidaria do filho por uns dias para que ele ajeitasse a vida e se recuperasse do luto inicial. O casal tem três filhos, incluindo a vítima das agressões, e a mulher tem mais dois com o atual companheiro, que foi encontrado morto nesta manhã.
Uma irmã do pai da criança disse à reportagem do portal G1 que, repentinamente, nos últimos tempos, o pai vinha tendo dificuldade de ficar com os filhos porque não tinha assinado qualquer documento legalmente válido sobre a guarda, mas que ainda assim aceitou deixá-los com a ex-esposa por conta dos problemas decorrentes do falecimento da atual mulher.
“Meu irmão estava tendo dificuldades para pegar as crianças. Ele sempre cuidou dos três, mas não fez nenhum documento na Justiça. Foi tudo acertado informalmente”, contou Jéssica dos Santos, de 31 anos.
Padrasto e mãe fugiram da casa onde moravam
Assim que o caso se tornou público, após o hospital acionar o Conselho Tutelar, o padrasto e a mãe fugiram da casa onde moravam. O bairro e informações mais detalhadas sobre o caso seguem sob sigilo para que se evitem boatos e desinformação nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
A Polícia Civil, em São Vicente, prendeu, na noite desta quarta-feira (5), a mulher que agrediu o filho. A 1ª Vara Criminal do Foro do município já havia expedido um mandado de prisão no fim da tarde.