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Mais um suspeito é morto, dois PMs são baleados e população fica acuada na Baixada

Antes de se entregar, suspeito conhecido como “sniper do tráfico” gravou vídeo pedindo para Tarcísio de Freitas parar com a matança

Violência na Baixada Santista - Reprodução de Vídeo

Uma policial militar foi baleada nas costas por volta das 6 horas da manhã desta terça-feira (1º), na porta de uma padaria em Santos. A cabo e um companheiro estavam com a viatura estacionada quando três homens desembarcaram de um Honda HRV vinho próximo à viatura e atiraram com fuzis contra os PMs, que revidaram.

Câmeras de segurança gravaram os criminosos descendo do carro com armas longas e atirando. A viatura da PM não aparece na imagem. Na sequência, os homens correm de volta para o carro e fogem do local.

A cabo foi socorrida na Santa Casa de Santos. De acordo com as primeiras informações, o tiro pegou de raspão nas costas e ficou alojada na perna. O estado dela é estável.

Fuga e mais mortos e feridos

Os criminosos teriam fugido para o morro do São Bento, local onde a PM fez uma operação logo a seguir. De acordo com a corporação, houve troca de tiros no local. Um suspeito, que ainda não foi identificado, foi morto e outro policial ficou ferido.

Operação Escudo

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) anunciou na manhã desta terça-feira que a Operação Escudo realizada em Guarujá já registrou pelo menos 12 mortes. Trinta e dois suspeitos foram presos e 20,3 quilos de drogas e 11 armas apreendidas.

Sniper do tráfico

Erickson David da Silva, de 28 anos, conhecido como ‘sniper do tráfico‘, suspeito de ser o autor do disparo que matou o Policial Militar da Rota Patrick Bastos Reis, em Guarujá, morte que desencadeou os conflitos na cidade, gravou um vídeo antes de se entregar no último domingo (30). Ele afirma na gravação ser inocente e pediu ao governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, que “parasse com a matança”.

Silvio Almeida se pronuncia sobre massacre no Guarujá: “denúncias graves” 

O governo Lula se pronunciou nesta segunda-feira (31) sobre a operação da Polícia Militar de São Paulo, estado governado pelo bolsonarista Tarcísio Gomes de Freitas, que terminou com ao menos 8 pessoas mortas no Guarujá, litoral paulista, através de uma nota do Ministério dos Direitos Humanos, comandado por Silvio Almeida. “As denúncias são graves e merecem ser apuradas com rigor”, diz a pasta.

Segundo a Ouvidoria das Polícias, foram 10 óbitos registrados nos bairros Vila Zilda e Vila Edna, mas a cifra é questionada pelo Governo do Estado.

As denúncias são graves e merecem ser apuradas com rigor. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos já foram acionadas a acompanhar as investigações e fiscalizar as providências adotadas pelas autoridades em relação a esse episódio, além de dialogar com outras autoridades para compreender o que aconteceu”, diz um trecho do comunicado.

Nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo apura a ocorrência de 19 mortes no total no Guarujá, ainda sem confirmação. Apesar da quantidade de mortes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disseram que não houve “excesso” da força policial na operação da PM.

Uma comissão formada pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) está no Guarujá, no litoral paulista, para investigar as denúncias de excesso policial que teriam sido cometidos durante a Operação Escudo, deflagrada no último final de semana.

O objetivo dessa comissão é tentar ouvir vítimas dos excessos policiais e familiares de pessoas que morreram na operação.

Em nota enviada nesta segunda-feira (31) à Agência Brasil, a vice-presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da OAB de São PauloPriscila Akemi Beltrame, manifestou “preocupação em relação às notícias de uso intensivo de violência por parte das forças de segurança retratadas em notícias e denúncias recebidas de familiares, moradores da região do Guarujá e organizações da sociedade civil”.

Segundo Priscila, a comissão tem monitorado os fatos envolvendo essas mortes desde ontem (30). “Atuaremos em conjunto com as instituições de justiça na apuração das ocorrências relatadas e escuta das famílias e vítimas como corolário para a afirmação do estado democrático de direito e das instituições de justiça de nosso país. A morte do soldado é inaceitável e será sempre lamentada. Também o são as ações à margem da estrita legalidade com que as forças policiais devem atuar na garantia da segurança de toda a população, sobretudo onde perseveram os mais altos níveis de violência e letalidade”, escreveu.

O que aconteceu 

  • A Operação Escudo foi deflagrada na última sexta-feira (28) e contou com 3 mil policiais de 15 batalhões diferentes;
  • A ação foi uma resposta ao assassinato do soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na quinta-feira anterior (27);
  • De acordo com relatos de moradores divulgados pela imprensa, policiais ameaçaram matar mais de 60 pessoas para vingar o colega. Além disso, pelo menos uma das vítimas chegou a ser torturada antes de vir a óbito.

A operação foi marcada por inúmeras denúncias de abusos, que incluem até mesmo tortura, praticados pelos policiais militares. Moradores das duas comunidades onde ocorre a ação afirmam que estão sitiados e que PMs estão espalhando terror. Ao Brasil de Fato, um morador de uma das comunidades do Guarujá onde ocorreu a Operação Escudo, relata que um garoto foi torturado e morto.

Com informações de A Tribuna de SantosDiário do Litoral, Agência BrasilG1

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