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Ato convocado por movimentos de direitos humanos repudia ação policial no Guarujá

O protesto foi realizado em Vicente de Carvalho, Guarujá, e contou com a presença do deputado Eduardo Suplicy, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp

Foto: Ailton Martins

Cerca de 200 pessoas se reuniram na Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho, Guarujá, nesta quarta-feira (2), para protestar contra as mortes de 16 pessoas, durante a Operação Escudo, deflagrada na Baixada Santista.

O objetivo da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) era encontrar o assassino do soldado Patrick Reis, da Rota, baleado e morto no Guarujá. Porém, dois suspeitos estão presos e 16 pessoas foram mortas.

O ato contou com a participação de movimentos sociais, de direitos humanos, estudantil, de negros, entidades de bairros, centrais sindicais, partidos políticos e outras lideranças. Houve carro de som e faixas com frases contra o governo estadual e seu comandante Tarcísio de Freitas.

“É preciso parar a metralhadora de extermínio da população pobre e negra do governo, importada do Rio de Janeiro. Não se combate crime com tortura, morte e violando direitos. A inteligência é necessária. Não se pode agir por vingança”, declarou Débora Maria da Silva, fundadora do movimento Mães de Maio, em entrevista a Carlos Ratton, no Diário do Litoral.

Paula Ravanelli, coordenadora do Núcleo da Baixada Santista da Associação de Juristas pela Democracia, afirmou que é preciso “cessar a operação e a atitude de vingança da Polícia Militar, que não encontra respaldo na legislação brasileira”.

A vereadora santista Débora Camilo (PSOL) destacou que não se pode classificar como bem-sucedida uma operação que provocou a morte de 16 pessoas. “Lamento a morte dos policiais, mas não podemos aprovar o revide que não quer prender os culpados, mas promover vingança. A população pobre e periférica não pode sofrer violência e ser criminalizada como vem ocorrendo”.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), também marcou presença no ato.

“Ouvimos depoimentos de familiares no Sítio Conceiçãozinha dando conta de ações truculentas, invasões a residências e morte. As informações são assustadoras e policiais estavam sem câmeras nas fardas. O governador (Tarcísio de Freitas) e o secretário de Segurança Pública (Guilherme Derrite) deveriam visitar as comunidades para obter o depoimento de famílias apavoradas”, revelou Suplicy.

Defensoria Pública

Integrante da Defensoria Pública de São Paulo, Alberto Gonçalves de Souza, ressaltou que o atendimento às vítimas e testemunhas de violência policial será prestado enquanto perdurar a operação.

“O sigilo será preservado. As pessoas podem nos procurar de segunda a sexta-feira, das 10 às 17 horas, na Unidade Guarujá da Defensoria, na Avenida Ademar de Barros, 1327 – Jardim Helena Maria”. O e-mail é unidade.guaruja@defensoria.sp.def.br. Na Capital, pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) – nucleo.dh@defensoria.sp.def.br.

Em Santos, a vereadora e ex-prefeita Telma de Souza (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, apresentou requerimento para que o Legislativo santista questione Derrite a respeito da conduta adotada na operação. Ela solicita, ainda, a apuração sobre as mortes e detalhes dos ataques às forças policiais na região. “Ao Estado, não cabe o papel de revanchismo e de retaliação”, resumiu.

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