O Twitter anunciou nesta sexta-feira (8) que suspendeu de maneira permanente a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na rede social.
A plataforma justificou a medida dizendo que, “após uma análise detalhada dos tuítes recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto em torno deles – especificamente como estão sendo recebidos e interpretados dentro e fora do Twitter – suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”.
Uma das publicações que levaram à decisão drástica foi aquela em que Trump comunicou oficialmente, nesta sexta-feira, que não comparecerá à posse de seu sucessor, o democrata Joe Biden. O Twitter avaliou que o post estava sendo interpretado por vários dos apoiadores de Trump “como mais uma confirmação de que a eleição não foi legítima”. Além disso, a plataforma escreveu que entende que ele “pode servir de incentivo para aqueles que potencialmente consideram atos violentos de que a posse seria um alvo ‘seguro’, pois ele não comparecerá”.
Invasão do Congresso e suspensão temporária
A conta havia sido suspensa por 12 horas na última quarta-feira (6), depois que a rede social considerou que as publicações do republicano naquele dia continham “repetidas e graves violações à política de integridade cívica”.
Os posts colocavam em xeque o resultado das eleições presidenciais de 2020, que terminaram com sua derrota e a vitória de Biden, e incitavam seus seguidores a não o aceitarem.
Naquele dia, seus apoiadores invadiram o prédio do Congresso dos EUA para barrar a certificação do resultado. Isso depois de um discurso em que o próprio Trump os estimulou a marcharem para o Capitólio. O episódio resultou em choques com seguranças e cinco pessoas morreram.
Quando recuperou o acesso à conta, na noite de quinta (7), Trump postou um vídeo em que condenava a invasão ao Congresso. Além disso, ele prometia uma “transição de poder pacífica” e dizia que “este momento exige cicatrização e reconciliação”.
A gota dágua
Mas, depois desse vídeo aparentemente conciliador, Trump voltou à carga nesta sexta-feira com duas publicações. Na primeira, ele escreveu: “Os 75 milhões de grandes patriotas americanos que votaram em mim terão uma VOZ GIGANTE por muito tempo no futuro. Eles não serão desrespeitados ou tratados injustamente de nenhuma forma!” A publicação ainda continha seus slogans de campanha: AMERICA FIRST, e MAKE AMERICA GREAT AGAIN.
Pouco depois, o presidente tuitou que não iria à posse de Biden no dia 20 de janeiro.
“Devido às tensões em curso nos Estados Unidos e um aumento na conversa global em relação às pessoas que invadiram violentamente o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, esses dois tuítes devem ser lidos no contexto de eventos mais amplos no país e no maneiras pelas quais as declarações do presidente podem ser mobilizadas por diferentes públicos, inclusive para incitar a violência, bem como no contexto do padrão de comportamento desse relato nas últimas semanas”, escreveu o Twitter.
Por isso, depois de avaliar a linguagem das duas publicações, a plataforma determinou que elas violam sua Política de Glorificação da Violência.
Desta forma, concluiu, “o usuário @realDonaldTrump deve ser imediatamente suspenso permanentemente do serviço”.