Por Alice Andersen
Segundo entidades médicas e o próprio Ministério da Saúde, alimentos ricos em açúcares não devem ser oferecidos a crianças com idade menor que dois anos, já que a introdução alimentar dos bebês começa após aos seis meses de idade.
Ignorar essa recomendação pode causar danos à saúde das crianças a longo prazo, aumentando o risco de doenças precoces e dificultando a aceitação de alimentos mais saudáveis. Além disso, quanto mais cedo o açúcar é introduzido na dieta, maior a chance de desenvolver um paladar muito voltado para o doce, cultivando uma preferência por alimentos ultraprocessados.
Contexto
Recentemente, a modelo Bárbara Evans causou polêmica ao oferecer brigadeiro para sua filha Ayla, de 1 ano. Após receber críticas nas redes sociais, ela respondeu dizendo: “a filha é minha, então quem decide o que ela come sou eu”. No entanto, sua atitude vai contra as recomendações de diversas entidades e especialistas sobre o assunto.
Vale lembrar que o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos” do Ministério da Saúde, não recomenda oferecer açúcares, melado, rapadura e mel para crianças menores de dois anos. Além disso, os adoçantes também não são indicados para essa faixa etária.
Por que elas não podem consumir?
O documento esclarece que o consumo precoce de açúcar pode ter várias consequências negativas para a saúde das crianças. Isso inclui o aumento da chance de ganho de peso excessivo durante a infância, o que pode levar ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças quando estiverem adultas.
Além disso, o consumo de açúcar pode provocar placa bacteriana entre os dentes e cárie. Também pode fazer com que a criança tenha dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis.
Segundo especialistas, os efeitos negativos do consumo precoce de açúcares podem aparecer rapidamente. É mais comum encontrar crianças com doenças crônicas que antes eram típicas de adultos, como resultado de uma dieta inadequada hoje em dia.
São frequentemente associadas a esse tipo de dieta, doenças como diabetes, hipertensão e obesidade. O desenvolvimento físico e mental das crianças também pode ser acometido, tornando-as vulneráveis ao isolamento social e a quadros de depressão.
Em 2030, o Brasil deve ocupar a quinta posição no ranking dos países com o maior número de crianças e adolescentes obesos, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade. Atualmente, a cada dez crianças de 5 a 9 anos, três estão acima do peso, mostram os dados do Ministério da Saúde.
O “Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos”, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2021, aponta que não devem ser oferecidas preparações que contenham açúcar, como bolos, biscoitos, doces, geleias e brigadeiros.
Outras recomendações
Bebidas com açúcar ou outros adoçantes não devem ser oferecidas a crianças de até 5 anos de idade, segundo o Healthy Eating Research, programa que desenvolve estratégias para combate à obesidade infantil nos Estados Unidos. O ideal é inserir na alimentação das crianças alimentos como frutas, legumes e vegetais oferecidos in natura.
*Com informações de G1