Em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou sobre a situação na África e alertou que a preocupação com a mpox deve ser global.
“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional”, disse o dirigente.
Tedros também chamou atenção para o fato de que países vizinhos à República Democrática do Congo detectaram, pela primeira vez, casos da doença.
“Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes”, acrescentou.
O decreto significa uma nova pandemia?
O decreto de emergência global da OMS não significa uma nova pandemia. O alerta tem o objetivo de reforçar uma maior atenção internacional para a doença, para que todos os países possam coordenar ações de prevenção, financiamento de vacinas, testes e tratamentos.
O que é a mpox?
Popularmente conhecida como “varíola dos macacos”, a doença mudou de nome em 2022 após decisão da OMS para esclarecer sobre a forma de transmissão da mpox. Naquele mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo em que reforçava que a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos.
A mpox é uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, que circula tanto em humanos quanto animais. É transmitida através do contato com secreções, feridas ou bolhas em pessoas infectadas. A transmissão também pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.
Não há tratamento específico para a doença, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Qual o cenário no Brasil?
Desde sua identificação no país em junho de 2022, a infecção tem se mantido ativa, com um aumento notável nos casos durante as festividades de final de ano e nas primeiras semanas de 2024.
Embora os números atuais de casos sejam inferiores aos registrados durante a epidemia de dois anos atrás, a combinação de festividades e o aumento do contato físico entre as pessoas podem propiciar uma nova onda de infecções. Portanto, a cautela e a conscientização são fundamentais para controlar a disseminação da mpox no Brasil.