Infectologista tira dúvidas sobre sarna humana, diagnosticada em escola de Santos

Especialista Carolina Brites orienta sobre o controle do surto da doença e suas medidas de prevenção

Foto: Freepik

Um surto de escabiose, conhecida popularmente como sarna humana, foi identificado na Unidade Municipal Escolar Emília Maria Reis, na Vila Belmiro, em Santos. Doze alunos e uma funcionária da escola foram diagnosticados com a doença.

Com isso, todos foram afastados de suas atividades escolares e só poderão retornar depois da cura completa. A medida é preventiva e fundamental para interromper a transmissão do ácaro causador da escabiose, que se dissemina por intermédio do contato físico.

Apesar dos casos de sarna humana, as aulas na unidade não foram interrompidas.

Além da Secretária da Saúde, a Secretaria de Educação (Seduc), a Supervisão de Ensino e o Programa Saúde na Escola estão monitorando a situação.

O afastamento dos alunos e da funcionária, segundo a prefeitura, faz parte das medidas preventivas orientadas depois da vistoria da Seção de Vigilância Sanitária (Sevisa) na unidade, no dia 20 de junho, quando foi descartado qualquer indício de descumprimento de medidas sanitárias.

A infectologista pediátrica, Carolina Brites, explicou que a sarna é uma parasitose humana causada por um ácaro específico dos humanos.

“É importante destacar que a escabiose se transmite exclusivamente entre humanos, diferentemente da sarna que pode acometer animais. A transmissão ocorre pelo contato direto com pessoas, roupas ou objetos contaminados, o que facilita a disseminação em ambientes domiciliares e escolares”, afirmou.

O contágio, geralmente, exige contato prolongado. “A contaminação costuma ocorrer entre pessoas que dormem juntas por longos períodos, como mães e bebês de colo, devido à proximidade contínua”, disse a médica.

Ela destacou, ainda, que o principal sintoma da escabiose é a coceira intensa, especialmente à noite, acompanhada de pequenas vesículas que aparecem principalmente nas mãos, axilas, pulsos, palmas das mãos, auréolas e áreas genitais, onde a umidade e a temperatura são mais elevadas.

O diagnóstico é predominantemente clínico, baseado nas características das lesões e no histórico de contato com pessoas infectadas. “Não há um exame laboratorial específico para escabiose. Em alguns casos, pode-se buscar a presença do parasita na pele, mas geralmente o diagnóstico é feito clinicamente”, comentou Carolina.

O tratamento da escabiose envolve o uso de medicações tópicas aplicadas pela pele, além de loções para minimizar a coceira.

“O tratamento pode incluir, também, medicamentos orais, dependendo da idade da criança e da gravidade das lesões”, esclareceu a infectologista.

Prevenção

A prevenção da escabiose se baseia em evitar contato com pessoas e objetos contaminados. A médica deu mais uma dica: “Para interromper o ciclo de transmissão, todos os contatos próximos precisam ser examinados e tratados simultaneamente”.

Carolina completou ressaltando a importância da conscientização e do tratamento adequado para controlar surtos de escabiose.

“Com medidas preventivas e tratamento adequado, é possível interromper a transmissão e garantir a saúde das crianças e funcionários nas escolas”, acrescentou a infectologista, mestra em Ciências Interdisciplinares em Saúde e professora de pediatria na Unaerp, em Guarujá, e na Universidade São Judas, em Cubatão, além de atuar em hospitais e consultório.

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