Devido à má qualidade das refeições servidas, trabalhadores da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) passaram mal ao longo do expediente em restaurantes da empresa. A denúncia de comida estragada foi feita ao Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), que acionou a Petrobrás para cobrar uma atitude.
O problema ocorreu nos restaurantes do Centro Administrativo (Cead) e Centro de Controle Integrado (CCI). De acordo com a denúncia de funcionários, e que foram ouvidos pelo sindicato, carne estragada com mau cheiro e moscas foi servida nas dependências da unidade. Após consumirem a proteína, alguns deles precisaram ser encaminhados à enfermaria.
Sem revelar a identidade, um funcionário terceirizado disse que a má qualidade da comida não é uma novidade. Ele já passou mal três vezes ao comer a carne servida. Em uma delas, ele teve sintomas como dor de cabeça “insuportável”, diarreia e vômito.
“Posso afirmar por mim mesmo que não aconteceu só uma vez. E outros colegas também passaram pela situação. Mas, levamos isso ao nosso gerente e não deu em nada”, lamentou ele, que informou ter passado mal pela primeira vez no ano passado, em entrevista ao G1.
De acordo com o homem, a situação é recorrente, mas só veio à tona porque, desta vez, foi um funcionário contratado que denunciou. Na segunda e na terceira vez, nas quais apresentou os sintomas, ele optou por procurar atendimento em um hospital particular da cidade.
Segurança alimentar
O Sindipetro-LP afirma que não tolerará negligência na alimentação dos funcionários, cuja qualidade é assegurada no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e respaldada pela ei 5811. Para a entidade, a situação pode se caracterizar como sabotagem, já que os trabalhadores acabam preferindo se alimentar por conta própria.
O coordenador-geral do Sindipetro-LP, Fábio Mello, afirmou que a Petrobrás assumiu o compromisso de reforçar os métodos de controle e processamento para garantir os direitos de alimentação dos funcionários com a devida qualidade. Ele considera que o problema “já foi resolvido”. O funcionário ouvido pelo G1, entretanto, afirma que não houve melhorias.
Resposta
Procurada, a Petrobrás informou que houve a comunicação de um funcionário, na segunda-feira (20), sobre a textura e o sabor da proteína servida no restaurante. A proteína foi recolhida “de forma preventiva” e substituída do cardápio. Uma amostra foi enviada para análise laboratorial externa.
De acordo com a petroleira, não houve distúrbios alimentares com empregado próprio ou colaborador contratado. A Petrobrás afirma que a fiscalização do serviço de alimentação é realizada conforme os padrões vigentes da Anvisa e reforça o compromisso “com a atenção total às pessoas e respeito às normas e leis vigentes”.