A professora Vivian Guerra Inácio, de 48 anos, foi atropleada por um patinente elétrico, caiu no chão e teve o seu fêmur esquerdo quebrado. O trágico acidente aconteceu enquanto ela esperava por uma amiga na Praça do Surfista, na altura do Canal 2, em Santos, no último domingo (28).
Animada, Vivian conta que iria participar de um show na orla da praia do Gonzaga, e aguardava a amiga dentro da praça, quando foi surpreendida com uma mulher que andava de patinete elétrico. “Minha única reação foi cair de lado para tentar não bater a cabeça, mas, com isso, acabei quebrando o fêmur. Minha amiga, que estava comigo, também caiu mas não se feriu. Eu não estava na ciclovia”, relata.
A professora afirma que a mulher estava com uma criança no patinete e, depois de ser atropelada, a ouviu dizer que era a primeira vez que estava dirigindo o mesmo. Ela também teria caído, mas não sofreu ferimentos graves e permaneceu durante o atendimento da ocorrência.
Após a queda, Vivian não conseguiu mais se levantar, pois sentia muita dor. Na ocasião, ela foi socorrida, primeiramente, por uma médica que estava passeando pelo local. Na sequência, uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou e a encaminhou para a Santa Casa de Santos.
Além disso, a professora explicou que uma equipe da Polícia Militar esteve no local do acidente, registrou um boletim de ocorrência e compareceu ao hospital para pegar o seu depoimento.
Projetos interrompidos
Agora, a professora, que mora em São Vicente, mas dá aulas em Cubatão, terá que ficar afastada da escola por pelo menos seis meses. Nesta quarta-feira (31), Vivian deverá passar por um procedimento cirúrgico e, depois, um período de repouso e recuperação.
“Eu sou uma pessoa super ativa, cuidadosa, nunca tinha ficado internada. Agora meus planos, como começar pilates, viajar com a minha filha ou mudar de apartamento, vão ter que ser adiados por conta desse problema. Eu fiquei um pouco assustada por ter que fazer uma cirurgia, mas estou tentando levar numa boa. Porém, admito que está sendo complicado”, comenta.
A Santa Casa de Santos informou que a paciente deu entrada no hospital na noite do dia 28 de janeiro, ao vir com o resgate, em protocolo de trauma. “No momento encontra-se internada em enfermaria, com programação de cirurgia e recebendo toda a assistência da equipe multiprofissional”.
A irmã de Vivian, Fernanda Guerra Inácio, de 44, relembrou o choque teve ao receber a notícia e teme pela recuperação. “Agora ela vai ficar dependendo da família e amigos até conseguir ficar bem. O problema é que nem sempre conseguimos estar por perto, pois moramos em cidades diferentes, e ficamos até sem saber como ajudar. Mas, vamos tentar entrar com um processo contra a pessoa que fez isso”, declara.
Pedidos
Depois do ocorrido, Vivian cobra por uma melhor fiscalização no local. “As pessoas andam nesses patinetes sem seguirem regras, em alta velocidade, e se esquecem que este também é um meio de transporte que pode machucar alguém. Se fosse uma pessoa idosa a atingida, sabe Deus o que poderia ter acontecido. Por isso, acho importante que se façam mais fiscalizações, principalmente na orla da praia, pois geralmente essas pessoas não andam na ciclovia, e não têm respeito”, reivindica.
A prefeitura se explica
A Prefeitura de Santos foi questionada pela reportagem de A Tribuna sobre o acidente. Em resposta, ela informou que o caso mencionado não foi registrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET-Santos) ou pela Guarda Civil Municipal (GCM), bem como ambos os órgãos municipais não foram acionados nem pela referida vítima e nem pelas autoridades policiais, que respondem pela investigação dos acidentes de trânsito e eventual penalização dos autores. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Santos também não atendeu à referida ocorrência.
“Frisamos que a fiscalização do trânsito na malha urbana é dinâmica, assim como as rondas da GCM. A CET-Santos disponibiliza o telefone 08007719194 para comunicação de ocorrências. Já a GCM pode ser acionada pelo telefone 153, e a PM pelo telefone 190.” A Prefeitura esclarece ainda que a circulação de patinetes elétricos deve seguir as regras previstas em lei federal, que são:
– em áreas de circulação de pedestres, a velocidade máxima é 6 km/h;
– em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, velocidade máxima de 20km/h;
– em vias com velocidade máxima regulamentada de até 40 km/h, pelo bordo da pista (desde que a via não possua ciclovia, ciclofaixa ou ciclorrota)