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Porto de Santos, por Danilo Nunes, superintendente do Iphan de São Paulo

Em poema, o também historiador e geógrafo faz uma bela homenagem aos 132 anos do Porto de Santos e aos trabalhadores que ajudaram a erguê-lo ao longo deste período

Foto: Divulgação/SPA (Autoridade Portuária de Santos)

*escrito por Danilo Nunes, historiador, geógrafo, antropólogo, músico, ator e, atualmente, é Superintendente do Iphan (Instituto do Patrimômio Histórico no Estado de São Paulo

Na ilha de São Vicente
No século dezesseis
Um movimento de gente
Que vou contar pra vocês
Carga entrando e saindo
Gente chegando e partindo
Por meio de embarcação
Começa então essa história
Que trago a luz da memória
De um Porto e sua expansão

O Porto foi colocado
No canal do Estuário
Pois era muito roubado
Por pirata e corsário
Braz Cubas solucionou
Foi então que assegurou
As barcas em proteçåo
Armazéns a levantar
Para o produto estocar
Ao chegar na região

Açúcar e Pau Brasil
Café do seu dia a dia
Tanto ciclo que surgiu
Elevando a economia
As vilas foram fundadas
Medidas foram tomadas
Em Santos e São Vicente
Obras que na região
Ajudou na exportação
E no trabalho da gente

Quando a corte chegou
Nessas terras brasileiras
E D. João decretou
Para nação estrangeira
Que a Inglaterra esperta
Teria as portas abertas
Dos portos desse país
Ao escoltar a nobreza
Deu a corte portuguesa
O que o inglês sempre quis

O tempo então se passou
Essa vida portuária
Uma importância ganhou
Em formas identitárias
Sociedade e Cultura
Ganhando infraestrutura
E para modernizar
Veio uma licitação
Que dava a concessão
Para o Porto explorar

Então lá naquele instante
Graffrée e Guile ganharam
Eram dois comerciantes
Que uma empresa montaram
Em forma de monopólio
Livres sem muito imbróglio
Durante noventa anos
Eles o Porto exploraram
E as formas modernizaram
Cumprindo todos os planos

 

Dia dois de fevereiro
Mesmo dia de Iemanjá
Viu nosso povo festeiro
Novo Porto inaugurar
Ano de mil oitocentos
e noventa e dois a tempo
O colocaram de pé
Em Santos boa cidade
Terra da diversidade
Que vai do amém ao axé

Nasmith que atracou
Lá na inauguração
Navio que se destacou
A vapor a embarcação
Bandeira da Inglaterra
Trazida pra nossa terra
Tremulando lá de cima
O Povo comemorou
E o Porto se estruturou
Vou mostrando nessa rima

Cresceu toda a região
Que seria unificada
Governo e população
Santista dessa baixada
Juntando as nove cidades
Com toda a diversidade
Praia Grande e Cubatão
Bertioga, Guarujá
Itanhaém, Mongaguá
Sempre juntas estarão

 

E Peruíbe também
Com Santos e São Vicente
A região se mantém
Com a força de sua gente
Comércio, trabalhador
Tem barco e pescador
O lugar tem sua história
Atraindo o turista
Nossa Baixada Santista
Seu Porto e sua memória

Primeira greve então
No país com seu fervor
O Porto teve o Sansão
Jacinto estivador
E trouxe inspiração
Na arte e população
Gente a fotografar
Máquinas e Armazéns
E sua estrada de trem
Trabalhador beira mar

O portuário tem fé
Tem sonho e esperança
E na terra do Pelé
Com seu passo, sua dança
Sempre busca com vontade
Junto ao Porto e a cidade
Formas de integração
Das Docas até Codesp
Do empresário que investe
E sua população

 

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