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Sara Winter é presa pela Polícia Federal em Brasília

Alvo no inquérito das fake news no STF, a militante bolsonarista vinha ameaçando o ministro Alexandre de Moraes

Sara Winter - Foto: Reprodução/Instagram

Por Dri Delorenzo, da Revista Fórum

A bolsonarista Sara “Winter” Geromini foi presa pela Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (15), a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre fake news na Corte.

Além de Sara, cinco outras pessoas identificadas como líderes do acampamento “300 do Brasil” tiveram prisão temporária, por cinco dias. O objetivo das prisões temporárias é ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso.

A prisão ocorre dentro do inquérito que investiga o financiamento de protestos antidemocráticos – como os ataques com fogos de artifício contra o prédio do STF – e não tem relação com a investigação sobre a produção fake news. O mandado atende a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

O Ministério Público Federal também analisa pedidos de prisão de Sara Winter e membros do “300 do Brasil” a partir de indícios de que o grupo organiza e capta recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983), objeto do Inquérito 4.828.

Inquérito do STF
Sara foi um dos alvos dos 29 mandados de busca e apreensão, autorizados por Moraes, em 27 de maio. Além dela, foram alvos nessa operação da Polícia Federal, blogueiros bolsonaristas, como Allan dos Santos, empresários, como Luciano Hang e Edgard Corona, e parlamentares apoiadores do presidente.

Após a operação, Sara gravou um vídeo ameaçando o ministro. Na ocasião, disse que iria “infernizar a vida” de Moraes. “Pena que ele mora em São Paulo. Se estivesse aqui, eu tava na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor.”

Acampamento dos 300

A militante bolsonarista liderava o acampamento “300 do Brasil”, em Brasília, que fazia constantes ataques e ameaças aos ministros do STF. No último sábado (13), a polícia do DF retirou as barracas e pôs fim ao acampamento. Segundo Sara, a PM teria usado gás de pimenta e agredido os bolsonaristas. Ela pediu reação do presidente Jair Bolsonaro. Vídeos da ação da PM, no entanto, não confirmam a violência narrada por Sara.

Na madrugada de 31 de maio, Sara Winter liderou um protesto bizarro em frente ao prédio do Supremo. Com os seus “300 do Brasil”, grupo que segundo ela mesma teria membros armados, mascarados e segurando tochas, praticamente reeditou uma marcha da Ku Klux Klan (KKK), supremacistas estadunidenses que ficaram famosos por perseguir negros.

Prisão

Nas redes, a ex-feminista, que chegou a ocupar um cargo no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, de Damares Alves, vinha adotando tom vitimista em relação a sua prisão. “O procurador Frederick Lustosa havia arquivado meu pedido de prisão e hoje foi duramente pressionado pela corregedoria. Ele tem menos de 24h para manifestar-se. Amanhã posso ser a 3ª presa política do Regime do STF. Os outros são Jurandir e Bronze”, disse ela no sábado.

“Jurandir” é o militar da reserva Jurandir Alencar, 58 anos, e “Bronze” é o engenheiro Antônio Carlos Bronze, 64 anos. Os dois foram presos pelos crimes de desobediência, descumprimento de medida sanitária preventiva e incitação ao crime, após manifestação em frente a casa do ministro Alexandre de Moraes. Jurandir e Bronze viraram réus por ameaça, difamação, injúria e perturbação do sossego.

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